A HISTÓRIA DA ÁFRICA

Veja quando foi mudado o conceito sobre a história da África

 

Texto: Oswaldo Faustino | Foto: Divulgação 

A história da África | Foto: Divulgação

A história da África | Foto: Divulgação

Tribos em guerra permanente, lideradas por psicóticos cruéis e ambiciosos que escravizam os vencidos e devoram os inimigos mortos, “domesticadas” por um herói de origem inglesa criado por macacos. Não era essa a África imposta ao nosso imaginário por europeus e norte-americanos?

O romance Tarzan of the Apes, de 1912, do escritor estadunidense Edgar Rice Burroughs que escreveu mais de 30 obras posteriores com o mesmo personagem inspirou milhares de histórias em quadrinho e dezenas de filmes. Para reforçar essa imagem estereotipada de uma África inculta, injusta, eternamente miserável e violenta, surgiram outros “tarzans” com nomes e personalidades ligeiramente variadas, mas sempre com o mesmo objetivo, como o Fantasma, o Mandrake e o Jim das Selvas, entre outros.

Como diz um provérbio africano, “enquanto os leões não começarem a escrever sua própria história, as narrativas das caçadas irão glorificar os caçadores”. Por isso, em 1964, a UNESCO, liderou uma missão tão heróica quanto inédita: criar uma grande obra contando aHistória da África, a partir de pesquisas de historiadores africanos e outros comprometidos em desmentir os estereótipos construídos sobre o Continente Africano. Foram quase 30 anos de trabalho, envolvendo 350 cientistas, coordenados por 39 especialistas.

Na passagem dos anos 80 para a década de 90, foram lançados em inglês, francês e árabe, os oito volumes da História Geral da África, com quase 10 mil páginas, mais de mil por volume, que vão da pré-história à primeira metade do século 20. Uma história repleta de riquezas materiais e imateriais,civilizações bem organizadas, desenvolvimentos sócio-políticos e tecnológicos, e muito mais. O Dr. Kabengele Munanga, da Universidade de São Paulo, conta que o projeto inicial previa um 9º volume, sobre a diáspora africana, mas que acabou não sendo feito. Ele acredita que serão necessários muitos volumes mais, se forem tratar desse tema.

 

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