A HISTÓRIA DO CANTOR RIACHÃO – PARTE 3

Saiba mais sobre a carreira de Riachão de 2013 até a atualidade

 

TEXTO: Marla Rodrigues | FOTO: Douglas Campos e Maitê Freitas | Adaptação web: David Pereira

Show do cantor Riachão | FOTO: Douglas Campos e Maitê Freitas

Show do cantor Riachão | FOTO: Douglas Campos e Maitê Freitas

Após ler as duas primeiras partes (Parte 1, Parte 2) da história de Riachão, confira a parte final até a atualidade do músico:

Em 2013, a capital paulista tornou-se seu laboratório no resgate da sua memória musical. A ideia do resgate foi da produtora e cantora Vânia Abreu, irmã da cantora Daniela Mercury, depois de ter sido procurada pelo sobrinho de Riachão, Jackson Paim, na tentativa de recuperar todas as músicas que se perderam ao longo do tempo. Dona da gravadora paulista Comando SD,Vânia Abreu deu início ao projeto e garantiu um CD e DVD no qual foram interpretadas 13 composições inéditas de sua autoria, entre as quais “Eu queria ela (amor proibido)”, em trabalho com produção musical do arranjador e multi-instrumentista, também baiano, Cássio Calazans. Para conseguir essa proeza, Riachão passou uma semana no estúdio, conseguindo que 59 músicas inéditas lhe voltassem à memória. Foram tiradas as 13 do disco. Segundo a produtora Vânia Abreu “a ideia foi conseguir o máximo possível das tantas preciosidades que Riachão compôs, respeitando os limites dos seus 92 anos, em que quase nunca registrou nada por escrito, aprendeu a ler apenas o suficiente para sobreviver”. O método do trabalho de Vânia para resgatar a lembrança das músicas foi simplesmente colocar Riachão no estúdio e conversar com ele.

2013 foi o ano do recomeço, da volta do malandro Riachão, após um esforço conjunto de produtores, família e dos amigos, que deram o primeiro passo para a recuperação das suas músicas. O resultado foi o CD “Mundão de Ouro”, com a faixa-título feita para sua eterna Dalvinha. “Ó Dalvinha, o teu olhar vale um mundão de ouro / Eu vou lhe dar meu tesouro/ Se não me deres teu amor eu morro”. Dalvinha se foi de maneira trágica num acidente de carro, logo após o réveillon de 2008, juntamente com seus dois filhos Vonei, de 29 anos, Railene, de 25 anos e ainda sua nora e seu genro. Riachão chorou, entristeceu e se isolou, mas apesar da certeza da dor que não acaba, entendeu que “tudo vem da vontade de Deus, só ele foi capaz de me confortar, me dar forças pra continuar a viver”, diz, com tristeza. Apesar da enorme perda, o grande compositor tem saúde de ferro e voltou a cantarolar, a retomar a alegria e os planos. Com seus quase 93 anos de vida, teve 12 filhos com as duas mulheres com quem foi casado, suas musas inspiradoras – Lalinha, a primeira, e Dalvinha, a segunda.

Apesar da fatalidade que vivenciou, soube canalizar o sofrimento para o que sempre amou: a música. Com quase um século de vida, ainda tem sonhos possíveis de serem realizados. “Ainda quero gravar mais CDs, que Jesus continue me mandando mais músicas, mais saúde e alegria de viver. Mas, o que eu mais quero nessa vida é a união entre as famílias e os amigos, porque está faltando amor entre as pessoas”, finaliza Riachão.

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