A história do samba

Saiba mais sobre a origem do ritmo samba e conheça suas diversas vertentes

 

TEXTO: Maitê Freitas | FOTO: Arquivo Pessoal/Divulgação | Adaptação web: David Pereira

Conheça a história do samba | FOTO: Arquivo Pessoal/Divulgação

Conheça a história do samba | FOTO: Arquivo Pessoal/Divulgação

Dissemba, massemba, semba, batuque, samba de roda, samba de breque, samba de bumbo, samba rural, samba-rock, partido alto, samba-enredo, gafieira, samba-exaltação, sambadas, pagode… samba! Não importa o nome e as variações rítmicas, quando se fala num ritmo genuinamente brasileiro, é unânime: o samba está presente na vida de todos. Gostando ou não do ritmo, todo mundo se recorda de alguma letra ou melodia, de “quem não gosta de samba bom sujeito não é” ao “deixa a vida me levar, vida leva eu”. O samba reside no inconsciente e cotidiano dos brasileiros. Mas desde que o samba é samba ele é o quê? São muitas as correntes de pesquisa que falam sobre o surgimento e a história do ritmo samba. A mais comum narra que o samba derivou do lundu e do jongo, trazido pelos negros escravizados e traficados de Angola e do Congo.

Ao longo do processo histórico, as expressões e danças africanas foram sendo ressignificadas e deram vida ao que hoje conhecemos por samba, samba de roda, tambor de crioula, suria etc. Presente em todo território brasileiro, para a historiadora e produtora cultural Kelly Adriano, “é um erro falar de samba no singular, erramos quando falamos em África ou negritude. São muitos os sambas, são muitas as áfricas e são muitas as negritudes. Cada lugar, cada comunidade de samba tem sua peculiaridade, pois são muitos os brasis onde o samba se expressa”.

O que os sambas têm em comum? Nas palavras do pesquisador, escritor e músico Nei Lopes, “o samba do ambiente rural, que é principalmente dança, existe desde pelo menos o século XIX, com características locais, mas conservando uma identidade africana expressa na roda e na umbigada”. Samba aqui, samba acolá… de acordo com Nei Lopes, “samba é uma palavra que existe em várias linguas africanas do grupo banto, conotando movimento coreográfico. No quimbundo ‘semba’ significa umbigada, ou no grupo linguistico quioco ‘semba’ significa pular, cabriolar e etc”. Para o pesquisador, a expressividade corporal do ritmo ainda mantida pelas comunidades rurais no interior do país é o que une todas as rodas onde o samba acontece.

A umbigada é o gesto típico das danças populares de origem bantu. Não se entra numa roda tradicional sem umbigar ou “pungar” a mulher que dança no centro. No entanto, para o crítico musical Roberto M. Moura (1947 – 2005),“a roda é anterior ao samba, ela é a esfera social que desperta emoções, estados de consciência”. Em roda, os laços são estreitados criando o ambiente para o samba acontecer. O músico e pesquisador paulistano Renato Dias, organizador do Kolombolo Diá Piratininga, roda de samba que resgata a memória do samba rural e urbano de São Paulo, afirma que a roda de samba preserva a liturgia herdada dos “negros velhos”, estabelecendo a fronteira entre o sagrado e o profano. “A roda é herança do conga, do espaço sagrado, tendo a música e dança como culto e celebração”, afirma.

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