Agnaldo Timóteo

É difícil traduzir em palavras o mineiro de Caratinga, Agnaldo Timóteo. Músico, cantor romântico, político, irreverente, polêmico…

agnaldoEle iniciou sua carreira artística em programas de calouro numa rádio em sua cidade natal, passou por Governador Valadares e Belo Horizonte e ficou conhecido como o “Cauby Mineiro”. No Rio de Janeiro, trabalhou como motorista da cantora Ângela Maria e continuou investindo forte na carreira e, em pouco tempo, se tornou nacionalmente conhecido pela sua voz. Ficou famoso ao gravar Meu Grito, de Roberto Carlos, e depois vieram outros sucessos como Ave-Maria, Mamãe e Verdes Campos. Agnaldo gravou mais de 50 discos.

Em 1982, levou sua irreverência para a política quando se filiou ao PDT e foi eleito como o deputado federal mais votado da história do Rio de Janeiro, com mais de 500 mil votos. Teve divergências com Leonel Brizola, se transferiu para o PDS, perdeu a disputa para o governo do estado em 1986, foi reeleito deputado federal em 1994 e vereador em 1996. Em 2005, já em São Paulo, chegou à Câmara Municipal pelo Partido Progressista (PP), se transferiu para o Partido Liberal (PL) e, atualmente, está no Partido da República (PR).

Suas posições políticas são polêmicas. Sua visão sobre a questão racial, também. Tanto que, no início dessa entrevista, Agnaldo, bem ao seu estilo, fez algumas colocações sobre a revista RAÇA. “Antes de mais nada, quero dizer que é um prazer estar falando para essa revista, que sempre me discriminou por nunca terem me procurado, porque a minha idade me dá embasamento para algumas audácias e, dentre elas, a de pensar. Eu não permito que o William Bonner, Carlos Nascimento, Ricardo Boechat me digam o que eu devo dizer ou o que devo pensar. Eu penso.”

 

Como foi a sua infância?
Eu saí de casa com seis anos, e trabalho desde os oito. Estudei aquilo que crianças pobres fazem: bolinho de carne, pastel de carne, banana, manga. Lavar os automóveis de Caratinga, trabalhar no açougue, no restaurante… Até que meu pai me colocou no DNER, aos 14 anos, para ser um fantástico torneiro mecânico. Sem nenhuma modéstia, um monstro de torneiro mecânico, eu era apaixonado pelo que fazia e manipulava o mecômetro, paquímetro e outras ferramentas da pressão com absoluta segurança, por adorar aquilo que estava fazendo.

 

A mesma profissão do ex-presidente Lula?
Nós somos colegas, quando ele me recebeu pela primeira vez em audiência como presidente da República, ele chamou o fotógrafo e disse: ‘Capricha que somos dois torneiros mecânicos.’ Eu tenho tido muita dificuldade na vida por essa psicose de não me permitir doutrinar, sou semialfabetizado, tenho terceiro ano primário, conheço trinta e seis países, eu me dou o direito de pensar.

 

Quem o introduziu na política foi o ex-governador Leonel Brizola?
Não! Eu nunca me imaginei dentro do mundo político. Certa vez, assistindo ao programa O Povo na TV – que era fortíssimo na época, comandado pelo Ailton Franco – vi que todos os candidatos massacravam Leonel Brizola. A Sandra Cavalcanti com 54% de ibope, Milton Teixeira tinha 30%. Não sei quanto o Leonel estava, acho que uns 6%. Peguei o telefone do Ailton Franco, entrei no ar e disse uma porção de desaforos para as pessoas que estavam hostilizando Brizola que, a partir de agora, ele passaria a ter 10%, por que eu iria me candidatar a deputado federal e ter trezentos mil votos. Mas foi uma gargalhada só, foi como se eu tivesse contando uma piada num auditório e para os políticos (risos).
Como aconteceu com o Tiririca. Imaginava que ele teria duzentos mil votos, e não, teve um milhão e trezentos votos. Eu tive quinhentos e três mil votos de um eleitorado de seis milhões de votos de cabo a rabo no papel.

 

Quinhentos e três mil votos?
Sim, sem contar os que me roubaram, acredito que no mínimo 50%. E aí fui para Brasília com ódio de todo mundo, por que a minha campanha foi profundamente desrespeitosa, agressiva e idiota. Agredi durante a campanha muita gente, como o ex- presidente João Figueiredo, uma figura maravilhosa que ninguém tem a nobreza de dizer. Em 1979, foi ele quem disse: ‘Lugar de brasileiro é no Brasil’ e trouxe todos de volta, inclusive os assassinos, torturadores, assaltantes, sequestradores. Todos voltaram anistiados pelo João Batista de Figueiredo. Eu tinha um ódio do Delfim Neto, na época ministro do planejamento, o homem que administrava todo o dinheiro desse país! Até hoje ele continua levantando as seis para trabalhar… Mas comecei a entender exatamente como se davam as coisas na política. É uma pena que eu não tenha tido como colega naquele tempo o Lula que, sem a menor dúvida, nos últimos cinquenta anos, foi a maior história e lição de política que nós tivemos.

 

analfo2Bem, o senhor transita na política há tantos anos e com visões tão peculiares de direita e esquerda. Por que é tão difícil ver negros nesse campo?
Por que nós não nos acreditamos, temos vergonha de nós mesmos. Todo jogador que se consagra do dia para a noite, negro, não permite que uma negra seja famosa e milionária, tem que ser uma loira, ele carrega aquela loira como um troféu numa imperdoável demonstração de complexo de inferioridade. Eu tenho amor por todos os nossos irmãos, tenho um colega chamado Carlos Apolinário que diz: “Agnaldo, não existe raça negra e nem raça branca, existe raça humana”, e parece que nós, os negros, não entendemos o que poderemos ser, quando quisermos.

 

Os números não mentem e o IBGE, o IPEA e vários institutos de pesquisas demonstram uma profunda diferença entre negros e brancos no Brasil, sendo que os negros são os excluídos da sociedade.
São mesmo, o próprio negro se exclui. Onde não entra um negro imundo, não entra um branco imundo, o nosso preconceito não é de raça, é social! As pessoas precisam entender isso, onde não entra um negro malvestido e fedido, também não entra um branco. A pobreza não tem cor!

 

Mas o senhor não acha que o racismo é um fenômeno à parte, que afeta negros independentemente da questão social? Observe os jogadores de futebol negros na Europa, milionários e discriminados. Recentemente, até o Seu Jorge – grande nome da música popular no Brasil – foi discriminado na Itália.
Discriminado onde? Que frescura é essa? Ele é uma estrela da Globo, está reclamando de quê? Bota a bunda para a lua e agradeça a Deus! Ele é uma estrela da Globo! Seu Jorge, Seu Jorge, Seu Jorge… Como se fosse um Roberto Carlos e está reclamando de quê? A pessoa tem complexo de inferioridade e se imagina discriminado.

 

Acho que as coisas não são bem assim!
Deixa eu te falar uma coisa. Certa vez, num hotel em Nova York, o recepcionista criou alguma dificuldade e eu chamei um amigo jornalista, Santiago Polansk, argentino, que mora há 50 anos nos Estados Unidos. Ele chegou e deu uma bronca no porteiro do hotel, que era razoável, não era cinco estrelas. E foi aí que meti o meu passaporte diplomático, eu era deputado federal, entendeu? Ele ficou uma fera! Eu não falo inglês, mas foi um sarro ele dando uma bronca, mostrando quem era eu, o cantor, o parlamentar e tal. É bobagem nós nos conduzirmos mal às vezes. Nós queremos aparecer mais que os outros e pagamos por isso, mas a verdade é que o dia que nós, os negros, entendermos a necessidade de nos acreditar, de nos apoiar, seremos uma força irretocável nesse país.

 

O senhor acha que essa visão também deva ser repassada na questão do voto racial?
Claro, não tenha dúvida! Se não gosta de Agnaldo Timóteo, vota no Joaquim, no Antônio, no Manoel, mas não deixa de voltar no seu irmão de etnia, desde que esteja preparado. Não se deve eleger uma pessoa apenas por que é negra. O Barack Obama é presidente dos Estados Unidos não pela sua cor e sim pelo show de cultura  e conhecimentos gerais deste planeta, além de bonito, simpático e ter uma família negra, sua esposa Michele Obama e as filhas. Então, é preciso que nós comecemos a raciocinar sobre essa cidade e nós nos respeitarmos. Lamentavelmente, o negro tem vergonha do negro.

 

É favorável ou contra as cotas no Brasil?
Eu tenho pavor disso, essa é a maior demonstração de preconceito que possamos ter no Brasil. O que nos impede de ter 50% de espaço? Você que se prepare, que conquiste para ser vitorioso. Ele que é branco, tira nota nove e fica fora? Só se deve dar espaço a quem queira vencer na vida, a quem luta pelo seu espaço na vida.

O senhor, o Netinho e a Leci Brandão são os parlamentares negros de São Paulo. Os únicos negros são artistas. Esta é a única porta de entrada para a política?
Leci é uma mulher de participação política há muitos anos, sempre teve visão socialista, e, quando necessária, agressiva. Ela é o Agnaldo Timóteo de saia. O Netinho é mano e acabou conquistando os manos, né? Mas a Leci não, ela sempre foi barra pesada. O Netinho está aí hoje com uma ambição muito maior, está indo para a rua e vai apanhar muito por que é negro, por que tem telhado de vidro como todos, mas ele vai à luta. É um negro bonito, inteligente e com espaço na mídia – não tanto quanto deveria – e eu acho que ele pode ter um bom retorno do eleitor paulistano. Mas o detalhe: não serão os negros, serão todas as pessoas que o amam! Os negros não farão para ele um congresso de aceitação.

 

Negro não vota no negro?  
Vota muito pouco! Eu não fui eleito pelos negros, fui eleito por todo mundo e eleito com cem mil votos de um universo de oito milhões, por pessoas idosas que gostam do Agnaldo por ser o melhor cantor romântico no Brasil, na atualidade. Tem gente que gosta do Agnaldo Timóteo por sua maneira franca de ser, tem gente que gosta por ter sido um bom filho, tem gente que me ama por ser um bom amigo, por ser solidário. Mas, lamentavelmente, uma enorme parcela dos negros não me suporta, por que eu não me rendo, não me permito ser doutrinado. Eu sou Agnaldo Timóteo, dono da minha vida, da minha sensibilidade, da minha consciência e das minhas posições.

 

Será que não tem a ver com a questão ideológica? O senhor falou na admiração pelo Delfim Neto, João Figueiredo… O movimento social negro no Brasil sempre atuou mais no campo da esquerda.
Que movimento? Onde? Não tem nada, é meia dúzia de gato pingado. Você imagina Milton Gonçalves, astro da Globo há trezentos anos, teve a desfaçatez de fazer um papel esculachando um negro na política, que era o Pitta,  que morreu pobre e como ladrão, porque a Globo o apontou como ladrão. Se a Globo mandar o povo cheirar merda, o povo vai cheirar! O Pitta morreu como ladrão e ninguém do movimento negro foi lá para defendê-lo, somente o Agnaldo Timóteo, de maneira contundente, revoltada e indignada.
E o Milton Gonçalves fez um papel esculachando um negro e ainda foi homenageado lá no Troféu Raça Negra. Eu não fui à festa, na época, falei: “Eu não vou, é preciso que nós tenhamos mais respeito por nós mesmo, que nos preservemos, que nós nos respeitemos.” É revoltante que o negro da Bahia não se respeite como negro da Bahia. Lá tem muito mais negros do que brancos, e você conhece algum senador negro na Bahia? Algum governador negro? Prefeito?

 

Tem o vice-prefeito, Divaldo Brito, que me parece vai ser candidato a prefeito este ano. Ele foi secretário de Celso Pitta. 
Que é gênio, um homem de cultura, privilegiadíssimo. A briga lá está muito boa, tem o neto do Antonio Carlos Magalhães. Mas a verdade é que se os negros quiserem, eles elegem quem muito bem queiram.

 

Quando o senhor acha que elegeremos um negro para presidência do Brasil?
Quando nós nos orgulharmos de nós mesmos. Eu sou apaixonado por Agnaldo Timóteo, adoro Agnaldo Timóteo, porque eu só faço coisas que não me prejudicam,  não fumo, não cheiro, não bebo, não sou notívago, gosto de ficar na minha, respeito demais todas as pessoas que estão ao meu redor, sejam brancos, negros, amarelos, não interessa. Acho que o dia que nos tivermos a consciência do que poderemos representar, iremos representar.

 

O senhor tocou em algo que, ultimamente, temos discutido na RAÇA. É inexplicável, inadmissível, por exemplo, um estado como São Paulo não ter um governador e nenhum secretário negro. Por que isso?
Um dia liguei para o governador Jaques Wagner, indignado porque o nosso querido amigo Serra foi lançar a campanha dele lá na Bahia. Falei: “Governador, o Serra tem algum secretário negro? Como ele vai sair de São Paulo para lançar a campanha dele na Bahia para os negros? Ele não tem um secretário negro, nenhum negro.”
O Alckmin ainda teve aquele que foi candidato a deputado e perdeu, o secretário da Justiça, o Silva Junior. Pois é, você imagina um homem com aquela cultura não ter sido eleito? Negro impecável, bonitão, bem-vestido, não votaram nele. E aí o meu querido José Serra vai lançar a campanha dele em Salvador? Tenha piedade! É preciso que nós percebamos quando querem nos conduzir, é preciso que nós entendamos isso. Cada um de nós tem o livre-arbítrio, segue o seu caminho, errado ou certo, mas segue. Não se deixe alienar, doutrinar, robotizar, faça como Agnaldo Timóteo.

 

Como explicar a nossa quase inexistência em cargos de primeiro escalão?
É simples de entender. Lamentavelmente, os caminhos para o secretariado saem da política, ou da Assembleia, ou da Câmara, e nós não temos negros, não temos quem indicar, porque nós não temos negros ao nosso lado, não temos no parlamento a rapaziada da minha etnia. É preciso que a gente tome jeito, estamos levando um banho.

 

Então, a solução é realmente pelo voto?
A solução é pelo respeito. Nós não podemos ter vergonha de nós mesmos, negros deslumbrantes, negros maravilhosos. Você vê no campo de futebol um jogador mais bonito do que o outro, parecem modelos, são jogadores de futebol, negros na televisão, negra na arte, negra no Carnaval, por que temos vergonha de nós? Somos uma etnia tão bonita, não dá para entender.

 

Isso torna difícil a sobrevivência dos poucos que conseguem atuar politicamente, pois ficam sem pares.
Você sabe por que eu sobrevivo? Eu enfrento o mundo, senão já teriam me matado. Para você ver como é o mundo que nós vivemos, o Zé Keti teve que vender a medalha dele, você sabia disso? Uma medalha de ouro que ele ganhou quando gravou Eu sou o samba, a voz do morro. Teve que vender, porque nós temos vergonha de nós mesmos, isso me deixa muito triste, fico em pânico.
Hoje eu tenho uma menininha de cinco anos e cinco meses para criar, ela faz aniversário dia 30 de outubro e eu, dia 16. Eu fico em pânico, porque quero que, na hora que eu for assinar o meu passaporte para me levar embora, quero que a minha filha fique garantida pelo menos até crescer sem passar nenhum tipo de necessidade. Trabalho como um operário para que a minha filha tenha alguma estabilidade.

 

Sua história de vida e sobrevivência é grande. De onde o senhor tira tanta energia para seguir nessa luta?
Grande parte dos seus leitores conhece muito mais a vida do Zezé de Camargo e Luciano do que a minha, homem negro que começou, literalmente, de baixo. Agora eu quero fazer uma justificativa: o Zezé de Camargo tem uma visão empresarial, soube transformar sua arte em uma arte profissional, soube transformar os seus eventos em grandes eventos, por isso ficou milionário. A gente o aplaude porque tem visão empresarial e comercial. Eu nunca tive, sempre tive amor pelo o que faço, mas nunca tive ambição para ser milionário.

 

Qual foi o maior obstáculo que o senhor teve em sua carreira?
Você imagina um homem com a minha voz iluminada esperar dez anos por uma oportunidade. E ela chegou por um acaso. Fui em cima de um produtor e disse a ele: “Me deixa cantar?” Ele perguntou se eu cantava em inglês. “Canto em qualquer idioma, sou poliglota”, respondi. Ele acreditou! Isso foi em um sábado e, na terça-feira, ele me botou para cantar no Rio, era abril de 1965 e estou aqui até hoje, irretocável, estabilizado, respeitado, admirado e odiado, mas estou aqui, ninguém me matou.

 

Como foi a época de sua mudança do Rio de Janeiro para São Paulo?
Fui deputado federal duas vezes, renunciei o segundo mandato para ser vereador no Rio de Janeiro. Quando veio a eleição, eu perdi e fiquei duro que nem testa de cabrito, gastei meu dinheiro todo na campanha. Aí fui para a rua vender os meus CDs, cheio de pose, carro bonito ao lado, mas duro. Acabei chegando a São Paulo, vendendo meu CD na Praça da República. Certa vez, chegou um desses pilantras que odeiam a gente. Mandei ele ir à merda, ele chamou a policia e foi um ‘procopó’ medonho. Mas vi a reação das pessoas e pensei: “Hum, estamos bem na fita, malandro!”
Candidatei-me e fui o mais votado do partido, o cara foi lá pra me fazer raiva e me fez vereador e aqui está o crioulo indo para o seu terceiro mandato. Acredito que terei uma belíssima votação desta vez, porque vou usar a internet e aquilo que mais impressiona nas pessoas que me querem bem: ver a minha sinceridade na rua falando com elas.

 

O senhor se autodenomina o último romântico da atualidade. Por quê?
O Thiago Max é um grande produtor musical que produziu Ângela Maria, Cauby Peixoto, Agnaldo Timóteo, etc. Ele tem uma relação de cem músicas mais tocadas no Brasil. E não tem Roberto, não tem Bethânia, Gil, Caetano, Agnaldo, Milton Nascimento, não tem ninguém! Nós estamos no pó dos cantores românticos. Tem o Roberto, que é uma celebridade da Globo. Imagina uma celebridade da Globo e aqui em baixo os outros: eu, o Agnaldo Rayol, o Cauby Peixoto, o Moacir Franco. E como eu sou mais guerreiro de todos, me considero hoje o último romântico.

 

 Alguma mais que desejaria falar?
Só dizer para todos os seus colegas da revista que eu tinha uma profunda tristeza por não haver recebido da Revista RAÇA nenhuma oportunidade de mostrar como eu sou. Não me queira como um farsante, demagogo ou mentiroso, que faz qualquer coisa para que as pessoas me achem simpático. Eu não quero ser simpático, eu quero ser Agnaldo Timóteo!

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jornalista CEO e presidente do Conselho editorial da revista RAÇA Brasil, analista das áreas de Diversidade e inclusão do jornal da CNN e colunista da revista IstoÉ Dinheiro

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