Blitz leva para motoristas mensagens de combate ao preconceito racial

Evento foi realizado em Macapá nesta quarta-feira (21) em alusão ao Dia Internacional Contra a Discriminação Racial. Mais de 150 casos foram denunciados no Amapá desde 2016, segundo a OAB.

Grupos afrodescendentes levaram mensagens de combate ao racismo em Macapá (Foto: Jéssica Alves/G1)

 

Nesta quarta-feira (21) é celebrado o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial. Para lembrar a data, uma blitz educativa foi realizada no bairro Laguinho, em Macapá. Mensagens que reforçam a luta contra o racismo e o preconceito racial foram levadas para motoristas e pedestres que passavam pelo local.

A discriminação racial ainda é uma prática recorrente no Amapá, informou a Secretaria de Extraordinária dos Povos Afrodescendentes (Seafro), que promoveu o evento.

“Queremos alertar a população sobre o racismo, que ainda é muito praticado no cotidiano, mesmo 73% da população amapaense se considera negra. Além de levar mensagens na luta contra o preconceito, o estado criou uma rede de mecanismos para acolher as vítimas desses crimes, pois quem sofre tem prejuízos psicológicos e sociais. E graças a esse atendimento, mais pessoas têm denunciado esses casos”, destacou.

Blitz educativa chamou a atenção de mostoristas na capital (Foto: Jéssica Alves/G1)

 

De acordo com a Comissão de Igualdade Racial da OAB Amapá, desde o ano de 2016 mais de 150 casos de racismo foram denunciados no estado. Entretanto, o presidente Danilo Martins enfatiza que, em muitos processos, as vítimas acabam desistindo e não concluem a denúncia.

Martins também ressalta que com a criação da delegacia especializada na Unidade de Policiamento Comunitário, no bairro Araxá, Zona Sul da capital, houve um aumento da visibilidade da causa.

“O combate ao racismo tem que ocorrer desde a prevenção até a finalização dos processos. A criação da delegacia especializada foi um grande passo para que mais vítimas possam procurar apoio, seja judicial ou psicológico”, destacou.

Danilo Martins, presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB Amapá (Foto: Jéssica Alves/G1)

 

O advogado reforça que a internet é um dos principais meios em que as vítimas sofrem ataques. Um dos casos mais recentes foi em 2017, quando um estudante de 17 anos, na época, diz ter sido vítima de comentários racistas na internet, insinuando que ele seria ladrão por ser negro.

O jovem relatou que uma foto dele, publicada anteriormente no Instagram, foi copiada e reproduzida em um grupo no Facebook que ele não tinha acesso. Ele diz que não conhece a pessoa que postou a foto e soube dos comentários somente quando amigos o avisaram, com prints da postagem.

“Acompanhamos esse caso que ganhou muita repercussão e mais pessoas nos procuraram para relatar sobre racismo que sofreram. A internet é uma ferramenta que espalha o ódio com maior rapidez, mas o cotidiano também é marcado por preconceitos e discriminações”, relatou.

O Dia Internacional contra a Discriminação Racial foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), após o massacre de 1960 na África do Sul, durante manifestação contra o apartheid.

Fonte: G1

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