Fabiana Claudino conta como foi chegar até o sucesso

Em nossa matéria de capa conheça a capitã da seleção brasileira de voleibol, Fabiana Claudino

 

TEXTO: Sandra Almada | FOTOS: Marcos Serra Lima | Adaptação web: David Pereira

Fabiana Claudino | Foto: Marcos Serra Lima

Fabiana Claudino | Foto: Marcos Serra Lima

“Posar para a Playboy? Eu? Não, não!”, responde bem-humorada a capitã da seleção brasileira de voleibol feminino, Fabiana Marcelino Claudino, rindo, meio acanhada, meio divertida, com a pergunta quase inevitável. Afinal, ao se conhecer pessoalmente a jovem atleta, não dá para conter a curiosidade. Fabiana é, de fato, linda e exuberante nos seus 26 anos e 1,93 de altura. Portanto, fica difícil não se pensar nas outras chances que certamente ela teria fora das quadras do esporte que a tornou mundialmente conhecida. “Sou uma menina muito religiosa, católica. Não me sentiria bem, não é a minha cara”, continua a falar, ainda risonha, a moça que nasceu e cresceu na cidade de Santa Luzia, em Minas Gerais

Fabiana Claudino exibe, entre os títulos conquistados, o de campeã olímpica nos Jogos de Pequim, em 2008, e comanda a seleção considerada uma das mais fortes do planeta. E, se posar nua não é a dela, quando o assunto é sua própria beleza, Fabiana admite outras possibilidades. “Mas é claro que aceitaria trabalhar como manequim, como modelo. Na verdade, adoraria. E acho que dá pra conciliar as coisas”, assume, num tom de voz sugestivo, jeito brejeiro, e que parecem deixar no ar a mensagem: “estou aguardando propostas”.

Enquanto uma carreira paralela ao vôlei não deslancha, a atleta acumula sucesso e muito trabalho nas quadras. Agora, conheça mais sobre a nossa capitã da seleção feminina de vôlei em nossa matéria de capa. Uma jovem mulher negra, forte, determinada, exuberante, consciente e talentosa. Ah, sim, e com grandes chances de virar top model.

TALENTO PRECOCE

É bem verdade também que a experiência conta muito na escolha de um líder. E Fabiana Claudino vem acumulando disputas de finais de campeonatos importantes há oito anos, tempo em que integra o seleto quadro de jogadoras da equipe maior do vôlei nacional feminino. Foi em 2002 que a central ingressou na seleção brasileira, com seus tenros 18 anos. A carreira de desportista havia começado cinco anos antes, em 1998, quando a fi lha de Seu Vidal e Dona Maria do Carmo conseguiu, com apenas treze anos de idade, uma vaga naequipe de voleibol do Clube MVR, em Minas Gerais. “Foi dali que comecei a jogar vôlei. E nem fi z teste, já que, por causa da altura, eles se interessaram logo por mim. Só pediram para eu levar a (carteira de) identidade”, lembra Fabiana, que, aos 15 anos, mesmo ainda pertencendo à equipe infantil do MVR, “já entrava em quadra para treinar com as atletas adultas.”

Também no caso de Fabiana, como no de todos os grandes atletas, o sucesso nas quadras cobraria um preço alto. Entre saques, cortadas, manchetes, bloqueios e levantamentos, a pré-adolescente – que ganharia, em 2009, o título de “Melhor Levantadora do Grand Prix – costumava cumprir uma árdua rotina de treinamentos diários. “Eu, já na 8ª série, não conseguia frequentar a escola todos os dias. Também não consegui concluir nem o supletivo. Mas estudar é uma coisa que eu gostaria de continuar.” E que curso gostaria de fazer a capitã brasileira? “Psicologia infantil”, diz Fabiana, sem titubear.

ESTÍMULO E CUIDADOS NA INFÂNCIA

No Brasil, uma boa parcela dos pais de atletas negros vê no esporte a saída para uma infância pobre e sem muitas perspectivas de futuro para os filhos. Mas este não foi o caso de Seu Vidal e Dona Maria do Carmo. “Graças a Deus, na infância, nunca me faltou nada!”, admite Fabiana. Nem a ela, nem ao irmão Bruno, que hoje, aos 29 anos, mora e trabalha nos Estados Unidos. Mas os pais avisavam à menina que era bom tomar cuidado com o mundo. Assim como lhe advertiam: “Você é negra, precisa andar sempre bem arrumadinha”, conta a moça.

Será que não foi de todo este cuidado com a aparência e da vaidade estimulada na infância que fez surgir, na mulher Fabiana, o atual desejo de exibir sua beleza nas passarelas e páginas de revista? “Eu queria ser modelo desde muito novinha. E as pessoas estimulavam isto”, relembra sorridente a atleta. “Agora, mais recentemente, o fotógrafo Marcos Serra Lima me disse: ‘Você tem que fazer um ensaio’. E era isto mesmo o que eu queria: fazer um book”, confessa a jogadora, que posou para as lentes de Marquinhos feliz da vida. E agora, com o book de baixo do braço, já pode dar os primeiros passos na direção de seu sonho de infância.

Seja como mulher ou como promissora profissional das passarelas, para Fabiana manter o corpão de tirar o fôlego, o vôlei tem sido um aliado e tanto. Os treinos e a performance nas quadras dão à moça pernas, bumbum e braços fortes e muito bem torneados. Já a pele, Fabiana entrega aos cuidados da prestigiada dermatologista Katleen Conceição.

Mas não é só sob orientação médica que a atleta desenvolve seus rituais de beleza. A jogadora confirma ter hábitos semelhantes aos da jornalista Glória Maria, outra aficionada por cremes, a ponto de, dizem, ter uma geladeira cheia deles. “Também sou assim”, confessa Fabiana. “Sou muito vaidosa. Gosto de cuidar da minha pele, de usarmuitos cremes. Tenho muita coisa na bolsa”, acrescenta.

Quer ver essa e outras reportagens da revista? Compre essa edição número 159.

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