Livro conta a história de 15 locais marcantes para a cultura afro na cidade do Rio

Organizado pelo antropólogo e fotógrafo Milton Guran, o livro “Roteiro da Herança Africana no Rio de Janeiro”, editado pela Casa da Palavra, traz uma lista com quinze locais que mantêm viva a presença afro na cultura carioca. Lugares como Cais do Valongo, Pedra do Sal, Pequena África, Quilombo do Leblon e Praça da Harmonia são alguns dos marcos deste roteiro bilíngue (Português e Inglês). O livro foi lançado no último dia 22 de setembro, na livraria Folha Seca, no Centro do Rio.

Em 1808, quando a família real portuguesa e sua corte se transferiram para o Rio de Janeiro, a população da cidade era composta por cerca de 60% a 70% de africanos e de crioulos, como eram chamados os filhos de africanos nascidos no Brasil. Ao longo de quase quatro séculos de tráfico de escravos, o Rio de Janeiro foi responsável pela entrada da maior parte dos africanos que foram trazidos para o país. Apesar da grande presença de africanos em terras cariocas, a cidade passou por um processo de desvalorização das raízes africanas e somente a partir da década de 1970 consolidou-se um campo específico de luta política pelos direitos civis da população afro-brasileira.

“O Rio de Janeiro, por onde entraram cerca de 60% dos 4 milhões de africanos que, estima-se, foram trazidos para o Brasil ao longo de quase quatro séculos de tráfico atlântico – o que dá à cidade o triste título de maior porto escravagista da história da humanidade –, tem sido um protagonista de primeira grandeza nesse processo de valorização das raízes africanas da nossa brasilidade”, escreve Guran. “O símbolo maior disso é a redescoberta e a exposição pública dos vestígios do Cais do Valongo, que ficou desaparecido por quase duzentos anos. Além do seu valor simbólico excepcional, por ter sido local de chegada de um total estimado em cerca de 1 milhão de africanos e por se constituir atualmente no único vestígio material do desembarque do tráfico nas Américas, o Sítio Arqueológico Cais do Valongo nos forneceu a maior coleção de objetos arqueológicos ligados à diáspora africana no mundo, composta por mais de 500 mil peças”, completa

“O Rio de Janeiro, por onde entraram cerca de 60% dos 4 milhões de africanos que, estima-se, foram trazidos para o Brasil ao longo de quase quatro séculos de tráfico atlântico – o que dá à cidade o triste título de maior porto escravagista da história da humanidade –, tem sido um protagonista de primeira grandeza nesse processo de valorização das raízes africanas da nossa brasilidade”, escreve Guran. “O símbolo maior disso é a redescoberta e a exposição pública dos vestígios do Cais do Valongo, que ficou desaparecido por quase duzentos anos. Além do seu valor simbólico excepcional, por ter sido local de chegada de um total estimado em cerca de 1 milhão de africanos e por se constituir atualmente no único vestígio material do desembarque do tráfico nas Américas, o Sítio Arqueológico Cais do Valongo nos forneceu a maior coleção de objetos arqueológicos ligados à diáspora africana no mundo, composta por mais de 500 mil peças”, completa.

“Roteiro da Herança Africana no Rio de Janeiro” se inscreve no movimento de valorização da presença afro na cultura carioca ao propor uma lista de marcos dessa africanidade que se confundem com a construção física e social da própria cidade e sua história. Nos quinze locais selecionados estão representados aspectos históricos, manifestações culturais e práticas políticas e religiosas. São locais a serem visitados, mas, acima de tudo, constituem-se em pontos de referência para pensar a cidade e seu povo, tão marcados pela tradição afro.

Os textos que compõem o livro foram produzidos por reconhecidos especialistas nos temas abordados e dialogam com um conjunto de imagens que percorrem dois séculos de representação da cultura de matriz africana na cidade.

Fonte:Globo

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