Um ídolo do Jazz

Conheça a história de Miles Davis, um dos músicos mais importantes no mundo do jazz

 

Texto: Oswaldo Faustino | Foto: Dvulgação | Adaptação Web Sara Loup

Miles Davis | Foto: Divulgação

Miles Davis | Foto: Divulgação

Miles Dewey Davis III, que nasceu em Illinois no ano de 1926, rejeitava rótulos. Até mesmo o de ser um dos mais influentes músicos do século 20. Porém, em se tratando de jazz, foi ao extremo em cada uma das tendências pelas quais passou: o be bop, o free bop, o cool jazz, o jazz modal, o jazz fusion, o jazz-rock fusion e por aí afora.

Miles foge do modelo ‘história de superação’. Filho do rico dentista Dr. Miles Dewey Davis II, que herdou uma fazenda em Arkansas, ganhou, aos 13 anos, um trompete do pai. A mãe, Cleota Mae Davis, pianista de blues, sonhava com que o filho seguisse seus passos e, apesar de não gostar do som do trompete, contentou-se em ouvi-lo “chorar” lindos blues em seu instrumento.

Nova York, Greenwich Village. Na flor de seus 18 anos, Davis estreou na banda do lendário Charlie “Bird” Parker. Os convites se multiplicaram e ele passou por outros grupos de formações variadas. Em Paris, cinco anos depois, surgiram os primeiros sinais de seu envolvimento com drogas. “Jazz é como o blues, mas com um pouco de heroína”, declarou.

A luta contra o vício transpareceu em seu físico e em sua obra, não em forma de angústia, mas em ousadias, vanguardismo e mutações melódicas e harmônicas. A libertação foi aclamada musicalmente, pelo ‘escurecimento’ e abrandamento do timbre do trompete, com o uso da surdina, som hoje associado por nós a seu nome.

Dizem que era avesso a ensaios e que apontava as partituras a seus músicos, dizendo: “Não toque o que está aí, e sim o que não está.”Rechaçava o título de lendário: “Uma lenda é um homem muito velho com uma bengala, que é conhecido pelo o que fez. Eu ainda estou fazendo”. Ouço seus discos e repito uma de suas frases famosas: “A vida e a música são só uma questão de estilo.”Sem dúvida, Miles Davis foi um dos trompetistas mais ‘estilosos’ do jazz.

Lembro-me de sua apresentação no auditório Elis Regina, no Parque Anhembi, em São Paulo, no mês de agosto de 1986. Ao final, permaneci sentado, extasiado, até que uma funcionária da casa me chamasse, dizendo que o restante do público já havia saído.

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