Brancos recebem R$ 14,75 mi do fundo eleitoral de negros e mulheres 

Para além dos candidatos brancos que se autodeclararam negros e pardos, nas eleições deste ano mais de 200 homens brancos receberam parte do FEFC ( Fundo Especial de Financiamento e Campanha) de candidatos negros e mulheres. Sem justificativa, foram transferidos, 10,2 milhões por 61 mulheres e 88 candidatos negros. 

Esta é a primeira eleição em que funcionou a divisão equalitária de verba eleitoral com recorte de gênero e raça. Por fazer parte de uma ação afirmativa, o recurso financeiro não pode ser dividido, a não ser que beneficie as duas campanhas, como em ações “casadas” com a presença dos dois candidatos em cards de redes sociais, fotografias, vídeos ou aparições em programas de TV. Como não houve justificativa para R$ 10,2 milhões enviados por cotistas, o sistema do TSE exibiu o registro “#NULO#”.

O governador eleito do Pará Helder Barbalho (MDB-PA) é o líder do top 5 de candidatos brancos homens que mais gozaram do FEFC, recebendo R$ 300 mil de sua mãe, Elcione Therezinha Zahluth Barbalho (MDB), que se elegeu deputada federal no Pará. Do lado dos homens negros que enviaram parte do FEFC sem justificar a homens brancos, o campeão é o Major Vitor Hugo (PL), que disputou sem sucesso o governo de Goiás e doou R$ 830 mil a 19 candidatos.

Foram eleitas só 302 mulheres contra 1.394 homens ( Deputados, Senadores e Governadores). E segundo dados do TSE, o número de candidatos AUTODECLARADOS negros eleitos na Câmara subiu 9%, apesar de sabermos a quantidade de brancos que usaram desse artifício em 2022. 

O resultado dessa ação é a imagem da política brasileira, masculina, branca e elitista.