Educafro pede R$ 50 milhões de indenização após mulher negra ser expulsa de voo da Gol
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- maio 5, 2023
Fundação entrou com pedido judicial solicitando indenização e adoção de políticas de enfrentamento ao racismo
Na última terça-feira, 2, a Fundação Educafro (Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes) entrou com uma ação civil pública na justiça contra a Gol Linhas Aéreas em razão do caso de racismo envolvendo a professora e pesquisadora Samantha Vitena, que foi expulsa do voo da Gol que iria de Salvador para São Paulo na última sexta-feira, 28, após ela ter se recusado a despachar a mochila com um notebook dentro.
A justificativa da Fundação para o pedido de indenização é de que “a empresa-ré instituiu um ambiente hostil, com treinamento e liderança pautados pelo racismo estrutural, o que – ademais de constituir risco para a sociedade – acarreta risco pessoal para os próprios profissionais por ela arregimentado, desestimula e oprime o pequeno percentual de empregados negros da GOL e projeta internamente uma autopercepção geral de desvalor geral para esses profissionais”.
Além do valor de indenização em R$ 50 milhões por dano moral e coletivo, a Educafro também solicita algumas mudanças como alterações na governança Gol e adoção de políticas de enfrentamento ao racismo por meio da educação e institucionalização de procedimentos.
Relembre o caso
Samantha foi expulsa do voo por três homens da Polícia Federal. Imagens que circulam na internet mostram a professora questionando a ação, mas não resistindo ao pedido de sair da aeronave. Em entrevista ao Programa Encontro, da TV Globo, ela afirmou que ainda há perguntas a serem feitas. “Por que o meu corpo foi considerado uma ameaça, por que meu corpo foi considerado indesejável a ponto de eu ser tirada do avião?”, questionou.
A companhia aérea informou que a mulher não seguiu viagem porque “não aceitou a colocação da sua bagagem nos locais corretos e seguros destinados às malas”. Em nota, a Gol disse ainda que Samantha foi retirada por “medida de segurança”.
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