Revista Raça Brasil

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Exposição celebra a força e a liberdade do povo negro no Rio

O Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, reabre suas portas nesta quinta-feira (13) com uma mostra que vai muito além da história — é um convite à memória, à reflexão e ao reconhecimento da força do povo negro.

Com entrada gratuita até 1º de março de 2026, a exposição “Para além da escravidão: construindo a liberdade negra no mundo” reúne mais de 100 objetos, 250 imagens e dez filmes vindos de diferentes partes do planeta, como Estados Unidos, Senegal, África do Sul, Inglaterra e Bélgica.

Mais do que mostrar o passado, a exposição busca conectar histórias, dores e resistências que atravessam gerações. “Ela mostra que a escravidão foi um fenômeno global, mas que suas consequências ainda ecoam no presente”, explica a curadora brasileira Keila Grinberg, professora da Unirio. “O nome ‘Para além da escravidão’ reflete essa ideia — entender as conexões com o agora.”

Entre os objetos expostos, há instrumentos musicais, itens religiosos e registros de fé e coragem que mostram como o povo negro sempre encontrou formas de resistir e reconstruir.

“Apesar de ser uma exposição sobre um tema duro, queremos que o público saia fortalecido, reconhecendo que sempre houve luta, esperança e movimento contra a opressão”, destaca Keila.

Memória, justiça e voz

A programação também traz o seminário internacional “Para além da escravidão: memória, justiça e reparação”, em parceria com o Arquivo Nacional, nos dias 13 e 14 de novembro.

Outro destaque é a mostra “Senhora Liberdade: mulheres desafiam a escravidão”, que conta histórias reais de mulheres negras que buscaram a Justiça para conquistar a liberdade — uma lembrança viva da força e da coragem feminina.

O Instituto Pretos Novos, na Gamboa, também participa com a exposição “Conversas inacabadas”, que reúne depoimentos sobre racismo e consciência racial, em cartaz de 14 de novembro a 15 de dezembro.

Para Keila, trazer essa exposição ao Brasil tem um significado profundo. “De todos os países que receberam africanos escravizados, o Brasil foi o que mais recebeu. É impossível entender quem somos sem reconhecer essa história. E é igualmente importante lembrar que a escravidão acabou — e que o racismo também pode acabar.”

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