Idealizado por Maurício Pestana, o evento debate sobre futuro da inclusão corporativa
O Fórum Brasil Diverso chegou à sua 11ª edição reafirmando o compromisso com a inclusão, a representatividade e a sustentabilidade dentro e fora das corporações. Idealizado e conduzido desde 2014 pelo jornalista Maurício Pestana, o evento é reconhecido como o principal espaço de diálogo entre o setor empresarial e as pautas de diversidade no país. Nesta edição, realizada nos dias 10 e 11 de novembro, o fórum reuniu milhares de pessoas que puderam acompanhar presencialmente no Memorial da América Latina, em São Paulo, e online, promovendo dois dias intensos de debates, conexões e experiências transformadoras.
Desde sua criação, o evento vem ampliando o alcance da discussão sobre a importância da diversidade como motor de inovação, competitividade e transformação social. Sob o olhar atento de Maurício Pestana — referência nacional em responsabilidade social corporativa — o fórum tem se tornado um termômetro das práticas inclusivas no ambiente de trabalho. Em 2025, com a proximidade da COP 30, o encontro destacou o papel estratégico das empresas na sustentabilidade, além de questionar o retrocesso de políticas afirmativas e a falta de continuidade em programas de diversidade.
Apresentado por nomes como Letícia Soares, Alberto Pereira Jr., Joyce Ribeiro, Déo Garcez, Thiago Oliveira e Hamalli Alcântara, o evento equilibrou informação, inspiração e análise crítica. Cada painel trouxe perspectivas sobre equidade racial, gênero, acessibilidade e ESG, com ênfase nas transformações urgentes que o mercado precisa adotar. Entre os momentos mais comentados, as falas de João Pimenta e Yuri Marçal se destacaram por unir reflexão e humor, expondo com inteligência o esvaziamento das ações de diversidade nas grandes corporações.
Painéis, networking e protagonismo empresarial
O Fórum Brasil Diverso consolidou-se como um verdadeiro laboratório de boas práticas. Durante os dois dias, o público acompanhou painéis com líderes empresariais, executivos e especialistas que trouxeram cases de sucesso e desafios da implementação da diversidade de forma estruturada e duradoura. O debate não se restringiu às discussões no palco — ele se estendeu pelos corredores, lounges e espaços de convivência, estimulando trocas entre profissionais de diferentes áreas.
No lounge principal, o jornalista Manoel Soares comandou entrevistas com participantes e convidados, ampliando o alcance das vozes que constroem o movimento por equidade. Já a Feira de Oportunidades, um dos espaços mais movimentados do evento, ofereceu centenas de vagas de emprego para diversos setores, demonstrando na prática o impacto positivo da união entre inclusão e empregabilidade. A iniciativa gerou longas filas e histórias inspiradoras de candidatos que enxergaram ali a chance de recomeçar.
Maurício Pestana, sempre atuante e envolvido em cada detalhe da organização, destacou que o Fórum nasceu da necessidade de reunir o setor privado em torno de um propósito coletivo: “A diversidade não é uma pauta temporária. Ela é um compromisso ético, humano e econômico com o futuro do país”, afirmou o idealizador, reforçando a importância de manter o tema no centro das estratégias empresariais.
Pesquisa inédita e dados que provocam reflexão
Um dos momentos mais impactantes da programação foi a apresentação da pesquisa “O Consumo Invisível da Maioria: Percepções, Gatilhos e Barreiras de Consumo da População Negra no Brasil”, elaborada pelos institutos Akatu, DataRaça e Market Analysis. O levantamento trouxe uma leitura profunda sobre o comportamento de consumo da população negra e o peso econômico desse público, que movimenta R$ 1,9 trilhão por ano no país.
Os resultados chamaram atenção: 85,3% da população negra afirmam confiar mais no empresariado do que nos governantes (68,7%). Além disso, a pesquisa revelou o sentimento de impotência diante das consequências do racismo, refletido em áreas como violência policial (22%), apagamento em veículos de comunicação (17,6%), falta de oportunidades profissionais (20,7%) e racismo religioso (19%). Esses dados serviram como ponto de partida para um debate profundo sobre representatividade, poder de consumo e o papel das empresas na promoção de mudanças sociais efetivas.
Com essa pesquisa, o Fórum reforçou a importância de compreender o impacto econômico da inclusão e de investir em práticas que valorizem a pluralidade como ativo estratégico. A apresentação foi considerada a “cereja do bolo” do evento, simbolizando o encontro entre conhecimento, propósito e transformação.
Cultura, celebração e parceria acadêmica
A diversidade também se manifestou na música. O grupo Tambores de Aço destacou performances emocionantes nos dois dias. Os shows de Paula Lima e Luciana Mello, por sua vez, encerraram as noites do fórum com apresentações marcadas por suingue, emoção e representatividade. O público vibrou com os repertórios que celebraram ancestralidade e resistência, em perfeita sintonia com o espírito do evento.
Outro destaque desta edição foi a parceria inédita com a Faculdade Cásper Líbero, que levou 60 alunos para participar do Fórum em uma atividade de extensão universitária. Os estudantes atuaram nas áreas de cobertura jornalística, produção e comunicação institucional, vivenciando na prática a importância do diálogo entre academia e mercado. A presença da Cásper Líbero representou um marco no fortalecimento da formação de novos profissionais comprometidos com a diversidade e o jornalismo inclusivo.
O presidente do Fórum encerrou o evento reafirmando o propósito que o move há mais de uma década: “Diversidade não é apenas sobre representatividade. É sobre o futuro que estamos construindo juntos”. Com o sucesso da 11ª edição, o Fórum Brasil Diverso segue como referência na construção de um Brasil mais plural, consciente e sustentável — um legado que cresce ano após ano, sob a liderança inspiradora de seu idealizador.
