A quinta-feira (13.nov.2025) não foi apenas mais uma noite de gala em Las Vegas — foi uma noite histórica para a música brasileira, especialmente para quem sempre sonhou em se ver representado nos grandes palcos do mundo. Liniker, 30 anos, brilhou com uma força que atravessa fronteiras e levou para casa três Grammys Latinos, tornando-se a artista brasileira mais premiada da edição.
Com o álbum Caju e a canção Veludo Marrom, Liniker venceu:
- Melhor Álbum de Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa,
- Melhor Interpretação Urbana em Língua Portuguesa,
- Melhor Canção em Língua Portuguesa.
Mas sua vitória vai muito além das categorias. A presença de Liniker no Grammy é, por si só, um gesto político e poético. Uma mulher negra, trans, brasileira, subindo ao palco para receber prêmios internacionais — isso carrega um impacto que atravessa gerações. Cada troféu nas mãos dela é um lembrete de que a música é também território de resistência, afirmação e existência plena.
Para muitas pessoas que nunca se viram representadas nesses grandes espaços, ver Liniker recebendo reconhecimento mundial é como respirar fundo pela primeira vez: é cura, é validação, é esperança. É o tipo de conquista que acende caminhos para outras vozes negras e LGBTQIA+ que ainda estão lutando para serem ouvidas.
Na mesma noite, o porto-riquenho Bad Bunny levou o prêmio de Melhor Álbum do Ano, por Debí Tirar Más Fotos. Mas foi Liniker quem emocionou o público brasileiro e internacional ao transformar sua trajetória em símbolo de potência coletiva.
Suas vitórias reforçam que a arte negra sempre esteve no centro da inovação — e agora, mais do que nunca, está também no centro do reconhecimento global. Liniker não apenas venceu. Ela marcou. Ela representou. Ela abriu portas para quem virá depois.






