O paizão dominou a internet

Por Isadora Santos

Com mais de 20 anos de carreira, Alexandre da Silva Santana, o Babu, conquistou o Brasil em 2020 ao participar do BBB e ganhou espaço na internet como influenciador 

                                                                                                      

Quem acompanhou a edição histórica do Big Brother Brasil 2020 conheceu um pouco mais da trajetória de Babu Santana. O ator de 42 anos entrou na primeira versão do programa que levou pessoas famosas para o confinamento e não estava em uma situação financeira favorável, apesar dos quase 20 anos de carreira e de papéis memoráveis como o de Tim Maia, no cinema.

Hoje, Babu está em uma situação bem diferente daquela que vivia antes de entrar no BBB20. Pessoal e profissionalmente, o paizão, apelido que ganhou durante sua participação no reality, tomou novos rumos. Hoje, além de ator, ele também está trabalhando nos bastidores e também lançou um selo musical chamado Paizão Records.

A internet também rendeu a Babu a alcunha de influenciador. O ator é uma das estrelas de uma campanha promovida pela marca de eletrodomésticos Britânia, o Projeto Escola Britaniar, ao lado de Jojo Toddynho, Tirulipa, Nicole Bahls, Thaynara OG, Gkay e Ivete Sangalo. 

Nós conversamos com Babu Santana e falamos sobre esse novo momento na carreira do ator, cantor, empresário e influencer.

Isadora Santos: O que mudou desde a sua saída do Big Brother Brasil 2020 até aqui?

Babu Santana: Mudou muita coisa, principalmente o mundo. Eu entrei, estava todo mundo de boa, para lá e pra cá. E eu lembro que o meu grande projeto era voltar ao teatro, engajar minha banda e, de repente, eu saio e nada disso está acontecendo. Não tem boate, não tem palco, não tem show. E ao mesmo tempo com todo esse fluxo de alcance que foi o programa que eu tinha acabado de participar. E mudou muita coisa. Eu entrei, minha realidade era bem cruel, era bem dura. E quando a gente saiu eu consegui sanar boa parte, quase 99%. Eu acho que a gente tem que estar sempre com alguma coisa movimentando a gente. Acho que o senso crítico não me deixa achar que está tudo cem por cento bom, mas muita coisa mudou. Até minha forma de comunicar, minha forma de me conectar às pessoas mudou. As redes sociais começaram a fazer parte da minha vida e tem sido satisfatório porque eu consegui adaptar essa nova realidade a uma bagagem que eu já trazia. Antes de mais nada, eu estudava cinema, eu trabalhei nos bastidores, então hoje eu consigo exercer também um outro lado da minha profissão que sempre curti, que é produzir, filmar, editar. A gente tem pessoas aqui que são responsáveis e que a gente montou a equipe, mas a gente está sempre ali integrado a tudo. Então, a forma de trabalhar, a forma de viver, a realidade mudou muito. E eu comecei a empreender dentro do meu meio. Nós criamos um selo musical.  

E a gente começou a trabalhar com muita publicidade, que era uma coisa que em 20 anos de trabalho eu tinha feito duas publicidades. Então é uma outra forma de lidar com a comunicação, está sendo bem interessante. De vez em quando a gente une essas coisas, minha casa virou um set cinema, estava com o diretor e uma galera maneiríssima, Ivete Sangalo, o Tirulipa. Foi engraçado brincar com a cena, com corte de câmera e ao mesmo tempo com publicidade. A gente tem o Paizão 90. Eu lembro que eu falava pra galera “Olha eu vou começar a trabalhar. Como é que é isso?” E falavam, “é o seu dia a dia”. Então vou fazer alguma coisa interessante na minha vida para que valha a pena você estar seguindo, se informando e se divertindo. Então tive que reaprender a fazer as coisas que eu fazia. Mas confesso que estou com saudade do palco, confesso que estou com saudade de um set de cinema. Mas estou matando a saudade aos poucos. Fiz a novela assim que eu saí (do BBB20) e estão vindo mais projetos aí, fiz agora o Central de Bicos e, se Deus quiser, vai vir outro projeto maravilhoso com a Multishow.

Isadora Santos: Como aconteceu esse encontro entre você e o Projeto Escola Britaniar, da marca Britânia?

Eu sou ator, né. E aí tinha esse projeto com uma dramaturgia, uma comédia, e eu já fiquei bem interessado com os nomes envolvidos. Com a Ivete, meu deus do céu, ela falando como se eu fosse o amigo mais próximo dela, eu fiquei muito nervoso (risos). E eu fico lembrando dos meus embalos, quando era mais jovem, curtindo Ivete e agora também. 

Chegaram os produtos da Britânia aqui em casa, chegou a televisão, a pipoqueira. Eu fiquei maravilhado com o convite. Vi o roteiro e achei o maior barato. E a gente filmou nessa pegada da pandemia, com a direção remota. Então pude exercitar aqui o esquema de câmeras, tem o Plínio que faz a edição. Foi o maior barato, foi um prazerzaço mesmo ter feito esse comercial. Unindo essas coisas novas que eu estava falando para você e isso despertou meu interesse.  Eu estava me preparando aqui e vi que eu já tinha várias coisas da Britânia, sou consumidor da marca. Então foi com muito prazer, vi com muitos bons olhos.

Eu vi também a brincadeira que eu tinha com o Tirulipa, é um cara que não conheço pessoalmente e foi uma chance de eu ter contato com o cara que, imagina, a gente mora longe, trabalha em áreas diferentes. Então foi um convite que uniu o útil ao agradável e deu tudo certo, ficou bacana e a escolinha está aí para quem quiser curtir.

Isadora Santos: No BBB deu para perceber que você é muito bom na cozinha. Após o diagnóstico de diabetes, como tem sido seus cuidados alimentares?

Babu Santana: Graças a Deus a minha diabetes ela tem a forma mais branda. Então eu diminuí praticamente a zero o açúcar, o açúcar refinado. De vez em quando dou uma escorregadinha, mas tem hora certa para escorregar, porque a gente também pode ter uma hipoglicemia. Então tem sempre um doce escondido para quando eu meço a minha glicemia e vejo que está muito baixa, então dou uma quebradinha com um docinho. Então está quase a zero açúcar da minha vida. Como você viu no Big Brother, eu gosto de cozinhar. Então para mim não foi trabalhoso porque, comer um pouco mais saudável, dá um pouco mais de trabalho, mas como eu tenho prazer nisso, então eu juntei o útil ao agradável. Comecei a cortar excessos da minha vida, comecei a me exercitar e, inclusive, usei isso como conteúdo também. Que tem o “Babu 90”. Aí eu comecei a sincronizar mais a minha, me alimentar um pouco melhor e, inclusive, na semana passada falei lá no Babu 90, às vezes a gente escorrega. Eu peguei uma semana que eu viajei e voltei e fiquei sete dias longe dos meus filhos e a gente acaba se descontrolando, tá ali com a garotada no parque e você acaba comprando cachorro-quente.

Vai tendo essas coisas, mas o melhor de tudo é ter uma vida equilibrada. Eu hoje me permito comer um cachorro-quente quando saio com meus filhos porque antes a gente está se exercitando, equilibrando com a comida, principalmente em nome da saúde. É impressionante, hoje se tornou tão natural que as pessoas perguntam “O que você faz?” e eu falo “não, cara, só eu só diminui as porcarias” eu ainda não consegui eliminar total o tabagismo, mas diminui boa parte também. Então vou me cobrando a melhorar cada vez mais de uma forma suave. Não é no sofrimento. Acho que, nesse caso, é por isso que a gente se apoia nessas fraquezas também. Mas eu vou me cobrando para que eu me torne uma pessoa melhor a cada dia. Então hoje é natural me alimento bem, meu pãozinho francês, ele tem seus momentos que ele pode entrar na minha vida sem atrapalhar. Então quer dizer, eu vou tentando buscar o equilíbrio. Mas é claro, sou humano, né, a gente pode escorregar.

Isadora Santos: Quais produtos você tem usado para fazer sua comida do dia a dia?

Babu Santana: A pipoqueira é um negócio que eu estava evitando. Porque quando eu aprendi a fazer pipoca, a gente mergulha naquela gordura. Aqui não, aqui por exemplo, você não bota nada de gordura e vem a pipoca fresquinha, crocante. Então, aí é um barato. Antigamente eu ia fazer umas dez levas nessa pipoqueira aqui, como eu estou tentando equilibrar, eu faço uma por filme, vai. Com essa garrafa elétrica, por exemplo, como eu estou cantando também tenho o costume de tomar um chazinho e a gente pega e faz um chazinho, bota a garrafa elétrica na na tomada para ter um chazinho aqui e pronto.  Eu faço muito legume cozido, mas a base da gente é o arroz e feijão. Claro que moderadamente, mas é a base.

Isadora Santos: Quando você entrou no BB20, imaginou que também trabalharia com Marketing de Influência?

Babu Santana: Nunca passou isso na minha cabeça. Eu sempre trabalhei muito no Nós do Morro a gente tinha uma formação muito rica. Então a gente passava por todos os setores. Eu me imaginava trabalhando nos bastidores, dirigindo ou fazendo cenário, alguma coisa do gênero. Influenciador foi uma das últimas coisas que eu ia imaginar na minha vida, porque eu lembro que quando começou todo esse boom das redes sociais eu ficava me achando meio peixe fora d’água e me preocupei muito, falei, “Meu Deus do Céu será que eu tô envelhecendo?”. Porque nada daquilo fazia sentido para mim. Quando saí, vi toda a força e a potência que isso tem e tudo começou a ficar um pouco mais nítido. E hoje é uma realidade em que eu trouxe o que eu sabia fazer e tento executar da melhor forma. Mas nunca, nunca me passou pela cabeça trabalhar com rede social e com publicidade atingindo tanta gente. Eu fico feliz é sinal de que eu não estou tão velho (risos).

Isadora Santos: Fale um pouco sobre o seu novo projeto, o selo Paizão Records.

Babu Santana: É o Paizão Records. Em outubro tivemos o lançamento do Ramaciote, com a música “Espaço Sideral”. Aí já está com quase 13 músicas, a gente tem lá uma seleção no Spotify e em todas as plataformas de música. Está muito legal, estamos com cinco ou seis artistas que trabalham com a gente direto e eu também estou entrando nessa onda deles. Eu fico aqui em casa às vezes vendo eles gravando no estúdio e daqui a pouco vai sair o meu também, eles estão preparando os nossos artistas e eu vou me incluir também porque está sendo muito legal.

Do mesmo jeito que as redes sociais estão sendo novas na minha vida, produzir música está sendo uma coisa nova na minha vida e são tantas regras, tantas vertentes, tantos caminhos, tantas barreiras, tantos desafios. Eu estou me sentindo um garoto como eles, a maioria tem menos de 30 anos, o mais velho tem 26 anos, então quer dizer, toda essa galera me ensinando, transformando a minha vida nesse sentido, e eu estou muito feliz.  A Paizão Records tem me dado muitas felicidades. A gente vai fazer barulho, se Deus quiser. E a gente já está fazendo barulho.

Isadora Santos: E o título de galã que você ganhou depois de participar da novela “Salve-se quem puder”, na TV Globo? Como é agora ser visto como um galã?

Babu Santana: Eu acho isso muito engraçado. Eu me divirto com tudo isso, sabe?! Porque para mim sempre foi indiferente esse título. Eu acho engraçado porque a gente sempre buscou uma excelência no que a gente faz, o que a gente é, é o que a gente é, né. Então eu fico feliz pela quebra dos padrões, pela diversificação dessa figura. Eu não imaginaria há 20 anos atrás alguém, nem por piada, fazer isso. Que bom que isso , de repente, vai servir para a autoestima de muita gente que parece comigo. Isso ajuda na minha autoestima, também. Que nunca foi abalada por essas questões, mas é no mínimo engraçado brincar com esse rótulo. Então eu estou aqui,  sou um artista entregue aos desafios e se é ser galã, vamos ser galã (risos).

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