{"id":31491,"date":"2023-05-16T16:03:48","date_gmt":"2023-05-16T16:03:48","guid":{"rendered":"https:\/\/revistaraca.com.br\/?p=31491"},"modified":"2025-03-18T19:01:19","modified_gmt":"2025-03-18T19:01:19","slug":"como-funcionam-as-cameras-corporais-da-policia-militar-de-sp","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/revistaraca.com.br\/como-funcionam-as-cameras-corporais-da-policia-militar-de-sp\/","title":{"rendered":"Como funcionam as c\u00e2meras corporais da Pol\u00edcia Militar de SP\u00a0"},"content":{"rendered":"\n
<\/p>\n\n\n\n
Equipamentos passaram a ser utilizados em 2020 e, at\u00e9 o final de 2022, 62 dos 135 batalh\u00f5es do estado adotaram a tecnologia. Medida resultou em uma expressiva queda no n\u00famero de mortes de civis e militares. C\u00e2meras gravam de forma ininterrupta.<\/strong><\/p>\n\n\n\n Em 2020, por meio do Programa Olho Vivo, da Pol\u00edcia Militar do Estado de S\u00e3o Paulo, alguns batalh\u00f5es passaram a utilizar c\u00e2meras corporais nos uniformes<\/strong> dos agentes de seguran\u00e7a p\u00fablica. <\/p>\n\n\n\n At\u00e9 o final de 2022, 62 agrupamentos haviam adotado as chamadas c\u00e2meras operacionais port\u00e1teis (COP) durante a rotina policial. O que aconteceu? Uma expressiva queda no n\u00famero de mortes de civis e de policiais. <\/p>\n\n\n\n A redu\u00e7\u00e3o da mortalidade de adolescentes, por exemplo, chegou a 80,1% no estado. O dado faz parte de um levantamento feito pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP) em parceria com a Unicef divulgado nesta ter\u00e7a-feira (16). (leia mais abaixo<\/em><\/strong>) <\/p>\n\n\n\n Como funcionam as c\u00e2meras da PM de SP?<\/strong><\/p>\n\n\n\n Uma das principais caracter\u00edsticas das c\u00e2meras operacionais port\u00e1teis \u00e9 que os policiais n\u00e3o escolhem se querem gravar ou o que v\u00e3o gravar: o registro ocorre de forma ininterrupta<\/strong>. <\/p>\n\n\n\n As c\u00e2meras s\u00e3o fixadas junto ao peito<\/strong>dos agentes e permitem um \u00e2ngulo de capta\u00e7\u00e3o de imagens privilegiado e na altura adequada;<\/p>\n\n\n\n Nessa posi\u00e7\u00e3o, \u00e9 poss\u00edvel registrar os “eventos de interesse, como a tomada da maior parte do corpo<\/strong> das pessoas com as quais os policiais interagem, al\u00e9m da capta\u00e7\u00e3o de regi\u00f5es de interesse da a\u00e7\u00e3o policial, sobretudo suas m\u00e3os<\/strong>“;<\/p>\n\n\n\n A fixa\u00e7\u00e3o \u00e9 forte o suficiente para impedir que a c\u00e2mera caia<\/strong> dos uniformes em situa\u00e7\u00f5es mais cr\u00edticas, como pular muro e se deitar no ch\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n Grava\u00e7\u00e3o ininterrupta<\/strong><\/p>\n\n\n\n Segundo o relat\u00f3rio do F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica, as c\u00e2meras da Pol\u00edcia Militar de S\u00e3o Paulo gravam de forma ininterrupta imagens e sons captados. <\/p>\n\n\n\n Os dados (imagens e sons) obtidos sem o acionamento da grava\u00e7\u00e3o s\u00e3o chamados pela pol\u00edcia de v\u00eddeos de rotina<\/strong>;<\/p>\n\n\n\n J\u00e1 os obtidos pelo acionamento proposital do policial s\u00e3o chamados de v\u00eddeos intencionais<\/strong>;<\/p>\n\n\n\n Para reduzir custos, a resolu\u00e7\u00e3o das imagens dos v\u00eddeos de rotina \u00e9 menor que a dos intencionais – e n\u00e3o armazenam o som ambiente;<\/p>\n\n\n\n Os v\u00eddeos de rotina ficam arquivados por 90 dias;<\/strong><\/p>\n\n\n\n J\u00e1 os intencionais ficam guardados por 1 ano<\/strong>;<\/p>\n\n\n\n Os policiais em servi\u00e7o s\u00f3 podem retirar as COP em raros momentos<\/strong>(para ir ao banheiro e para fazer refei\u00e7\u00f5es, por exemplo). <\/p>\n\n\n\n C\u00e2meras port\u00e1teis em n\u00fameros<\/strong><\/p>\n\n\n\n Batalh\u00f5es que incorporaram o uso das COP tiveram redu\u00e7\u00e3o de 76,2% na letalidade dos policiais<\/strong> militares<\/strong> em servi\u00e7o entre 2019 e 2022, enquanto nos demais batalh\u00f5es a queda foi de 33,3%;<\/p>\n\n\n\n O n\u00famero de adolescentes mortos em interven\u00e7\u00f5es de policiais militares em servi\u00e7o caiu 66,7%, passando de 102 v\u00edtimas em 2019 para 34 em 2022;<\/p>\n\n\n\n A vitimiza\u00e7\u00e3o dos policiais no hor\u00e1rio de trabalho tamb\u00e9m apresentou redu\u00e7\u00e3o, registrando os menores n\u00fameros da hist\u00f3ria nos \u00faltimos dois anos;<\/p>\n\n\n\n “Os dados indicam que as COP constituem um importante mecanismo de controle do uso da for\u00e7a letal e de prote\u00e7\u00e3o ao policial, mas tamb\u00e9m que a tecnologia configura um instrumento adicional que n\u00e3o deve ser visto como [solu\u00e7\u00e3o] para os desafios relativos ao uso da for\u00e7a policial”, afirmaram os pesquisadores do FBSP.<\/p>\n\n\n\n Menor n\u00ba de mortes por PMs em servi\u00e7o na hist\u00f3ria<\/strong><\/p>\n\n\n\n A diferen\u00e7a nos n\u00fameros pr\u00e9-COP e p\u00f3s-COP \u00e9 n\u00edtida, sobretudo na mortalidade de adolescente e jovens no estado de S\u00e3o Paulo: <\/p>\n\n\n\n Em 2017, foram 171 mortes<\/strong> provocadas por interven\u00e7\u00f5es de policiais militares (MDIP) em servi\u00e7o de jovens entre 15 e 19 anos;<\/p>\n\n\n\n Em 2021, ano seguinte \u00e0 implementa\u00e7\u00e3o das c\u00e2meras, foram 42 mortes<\/strong> (-75%);<\/p>\n\n\n\n J\u00e1 em 2022, foram registradas 34 mortes, o menor n\u00famero da s\u00e9rie hist\u00f3rica<\/strong> (- 80,1%) compilada pelo Minist\u00e9rio P\u00fablico de S\u00e3o Paulo no relat\u00f3rio Letalidade Policial em Foco;<\/p>\n\n\n\n Apesar da redu\u00e7\u00e3o, entre 2020 e 2022, 171 jovens foram mortos<\/strong> pela PM;<\/p>\n\n\n\n “Estamos falando de uma intera\u00e7\u00e3o muito violenta com adolescentes, que s\u00e3o estigmatizados como um grupo suspeito por defini\u00e7\u00e3o, especialmente se pretos, pobres e perif\u00e9ricos”, disse ao g1 <\/strong>Samira Bueno, diretora do F\u00f3rum. <\/p>\n\n\n\n “Reduzir a letalidade provocada pela PM \u00e9 oferecer perspectiva de vida para esse p\u00fablico, que vive sob a expectativa de ser v\u00edtima da viol\u00eancia policial”, apontou.<\/p>\n\n\n\n V\u00edtimas de MDIP da PMESP em servi\u00e7o por faixa et\u00e1ria (2017 a 2022)<\/strong><\/p>\n\n\n\n Os pesquisadores destacam que, embora a letalidade provocada por policiais militares passe a cair a partir de 2018 entre crian\u00e7as e adolescentes, a queda se acentua a partir de 2020<\/strong>, ano de implementa\u00e7\u00e3o das c\u00e2meras operacionais port\u00e1teis (COP). <\/p>\n\n\n\n Alta taxa de adolescentes mortos<\/strong><\/p>\n\n\n\n Em 2017, mais de um ter\u00e7o (34,7%) das mortes provocadas por interven\u00e7\u00f5es de policiais militares tiveram como v\u00edtimas jovens de 15 a 19 anos<\/strong>, n\u00famero inferior apenas \u00e0 faixa de 20 a 29 anos, com 208 mortes (42,2%). <\/p>\n\n\n\n “O estado de S\u00e3o Paulo tem uma especificidade que \u00e9 a alta letalidade provocada por policiais entre adolescentes. Enquanto a m\u00e9dia nacional de adolescentes mortos em interven\u00e7\u00f5es policiais \u00e9 de 12%, em SP chegou a 35% em 2017, antes da implanta\u00e7\u00e3o do programa”, explicou Samira<\/p>\n\n\n\n Em 2021, a propor\u00e7\u00e3o de jovens de 15 a 19 anos mortos (42) por PMs caiu para 14,3% do total (292);<\/p>\n\n\n\n Em 2022, o n\u00famero total de v\u00edtimas foi o menor da s\u00e9rie hist\u00f3rica (206), e a propor\u00e7\u00e3o de adolescentes mortos ficou abaixo da metade (16,5%) do que foi registrado em 2017.<\/p>\n\n\n\n “Com a implementa\u00e7\u00e3o das c\u00e2meras corporais e outras medidas de controle, os adolescentes deixaram de ser o principal grupo vitimado pela PM”, destacou a diretora do FBSP.<\/p>\n\n\n\n Batalh\u00f5es com e sem c\u00e2meras<\/strong><\/p>\n\n\n\n De acordo com a pesquisa, “ainda que haja uma diminui\u00e7\u00e3o geral das mortes provocadas por interven\u00e7\u00f5es da PM no estado, ao comparar os batalh\u00f5es que fazem parte do Programa Olho Vivo com os demais, \u00e9 poss\u00edvel observar uma tend\u00eancia de redu\u00e7\u00e3o da letalidade mais acentuada entre as unidades que aderiram ao uso das COP”.<\/p>\n\n\n\n Menos negros mortos O estudo tamb\u00e9m aborda o perfil racial das v\u00edtimas da viol\u00eancia policial em servi\u00e7o: <\/p>\n\n\n\n Entre 2017 e 2022, 62,7% eram negros (pretos e pardos)<\/strong>, 34,7% eram brancos, 0,1% amarelos, e, em 2,5%, cor da v\u00edtima n\u00e3o foi preenchida no boletim de ocorr\u00eancia;<\/p>\n\n\n\n Entre 2019 e 2022, houve quedas expressivas nas taxas de letalidade<\/strong>: redu\u00e7\u00e3o de 64,3% entre negros e de 66,2% entre brancos;<\/p>\n\n\n\n Entre 2017 e 2022, a queda da taxa de mortalidade entre negros (- 63,5%) foi maior que a entre brancos (- 58,3%).<\/p>\n\n\n\n No entanto, a pesquisa ressalta que, mesmo que a redu\u00e7\u00e3o nas mortes acontecido de modo proporcional entre brancos e negros, a taxa de letalidade pela pol\u00edcia segue sendo tr\u00eas vezes maior entre negros do que entre brancos<\/strong>.<\/p>\n\n\n\n Menos policiais mortos<\/strong><\/p>\n\n\n\n O estudo apontou que a implementa\u00e7\u00e3o das c\u00e2meras nos uniformes tamb\u00e9m reduziu o n\u00famero de mortes de policiais<\/strong> em hor\u00e1rio de servi\u00e7o e fora. Em 2020, por exemplo, 18 PMs foram v\u00edtimas de homic\u00eddio enquanto trabalhavam; em 2021, foram quatro (- 77%); j\u00e1 em 2022, seis mortes (- 66%). <\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Equipamentos passaram a ser utilizados em 2020 e, at\u00e9 o final de 2022, 62 dos 135 batalh\u00f5es do estado adotaram a tecnologia. Medida resultou em uma expressiva queda no n\u00famero de mortes de civis e militares. C\u00e2meras gravam de forma ininterrupta. 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(mas ainda os que mais morrem)<\/strong><\/p>\n\n\n\n