<\/p>\n\n\n\n
Eu ia fazer Pediatria. Mudei no meio do caminho. O meu pai j\u00e1 era Dermatologista. Comecei a dar muito plant\u00e3o em Pediatria e vi que, realmente, era complicada at\u00e9 pela qualidade de vida, e migrei para a Dermatologia. Che_ ava um ambulat\u00f3rio de peeling e as pessoas me encaminhavam os pacientes negros. At\u00e9 que que perguntei a um deles, Sr Jo\u00e3o, o porqu\u00ea as pessoas negras vinham para mim.<\/p>\n\n\n\n
\u201cEles dizem que a senhora \u00e9 quem sabe atender pele negra\u201d. E eu indaguei. \u201cAh, \u00e9? Eu nem sabia disso\u201d.<\/p>\n\n\n\n
O racismo \u00e9 t\u00e3o velado que a gente nem questiona quando n\u00e3o se v\u00ea. E a\u00ed fui a um congresso em S\u00e3o Francisco, nos Estados Unidos e encontrei v\u00e1rios dermatologistas negros conversando. Fui at\u00e9 eles e me levaram para uma aula de oito horas sobre pele negra, assisti sozinha. Chamei minhas amigas, mas elas n\u00e3o quiseram ir, preferiram ter outras aulas. Durante essas oito horas, chorei e me questionei. Sou evang\u00e9lica e conversei com Deus: se o Senhor est\u00e1 colocando essa oportunidade no meu caminho, eu quero estudar e ser refer\u00eancia no meu pa\u00eds.<\/p>\n\n\n\n
Voltando para o Brasil, a primeira pessoa que atendi com essa patologia que precisou de uma abordagem diferenciada para a pele negra, foi a Mercedes Ara\u00fajo, m\u00e3e da Ta\u00eds Ara\u00fajo. Depois de estar curada, ela me encaminhou a Isabel Fillardis, que tinha uma patologia de dif\u00edcil tratamento, e veio tamb\u00e9m o L\u00e1zaro Ramos, que precisava ser um gal\u00e3 na novela Insensato Cora\u00e7\u00e3o, na Globo, com uma pele incr\u00edvel. Deles, vieram outros pacientes, como Cris Vianna e Preta Gil. Todo mundo fala que sou a m\u00e9dica dos famosos.<\/p>\n\n\n\n
Mas sou uma m\u00e9dica Dermatologista Cl\u00ednica com forma\u00e7\u00e3o principalmente em patologias da pele negra e aplica\u00e7\u00e3o de laser espec\u00ed_ co para a pele negra. Os famosos me d\u00e3o notoriedade, visibilidade para que as pessoas venham ser tratadas por mim no setor da pele negra no Leblon, na Zona Sul do Rio de Janeiro, onde eu atendo h\u00e1 sete anos.<\/p>\n\n\n\n
Comecei a fazer um trabalho para pessoas carentes no Hospital de Bonsucesso, tamb\u00e9m no Rio, mas fechou. Passei ent\u00e3o para a Santa Casa de Miseric\u00f3rdia, onde sou chefe h\u00e1 seis anos. Eu n\u00e3o divulgo esse servi\u00e7o porque muitas pessoas negras que tem condi\u00e7\u00f5es o utilizam para se bene_ ciar. Eu tiro um dia na semana para atender pessoas com patologia de pele negra que n\u00e3o teriam condi\u00e7\u00f5es de estar no meu consult\u00f3rio.<\/p>\n\n\n\n
Tomei a iniciativa de solicitar que todo paciente que venha para o ambulat\u00f3rio na Santa Casa, tenha que ter encaminhamento do Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS). Ele passa pelo ambulat\u00f3rio geral, os m\u00e9dicos residentes avaliam e passam para o ambulat\u00f3rio de pele negra. N\u00e3o pode simplesmente chegar e marcar. Quero atender a todos. Sem privil\u00e9gios.<\/p>\n\n\n\n
KATLEEN CONCEI\u00c7\u00c3O, Chefe do ambulat\u00f3rio de pele negra da Santa Casa de Miseric\u00f3rdia do Rio de Janeiro, Chefe do setor de dermatogia para pele negra do Grupo Paula Bellotti, no Rio de Janeiro, Membro da Sociedade Brasileira de Laser<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Eu ia fazer Pediatria. Mudei no meio do caminho. O meu pai j\u00e1 era Dermatologista. Comecei a dar muito plant\u00e3o em Pediatria e vi que, realmente, era complicada at\u00e9 pela qualidade de vida, e migrei para a Dermatologia. Che_ ava um ambulat\u00f3rio de peeling e as pessoas me encaminhavam os pacientes negros. At\u00e9 que que […]<\/p>\n","protected":false},"author":4,"featured_media":34395,"comment_status":"closed","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_acf_changed":false,"om_disable_all_campaigns":false,"_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_joinchat":[],"footnotes":""},"categories":[191],"tags":[],"class_list":["post-34394","post","type-post","status-publish","format-standard","has-post-thumbnail","hentry","category-noticias"],"acf":[],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/revistaraca.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/34394","targetHints":{"allow":["GET"]}}],"collection":[{"href":"https:\/\/revistaraca.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/revistaraca.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/revistaraca.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/4"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/revistaraca.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=34394"}],"version-history":[{"count":1,"href":"https:\/\/revistaraca.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/34394\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":34396,"href":"https:\/\/revistaraca.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/34394\/revisions\/34396"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/revistaraca.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media\/34395"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/revistaraca.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=34394"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/revistaraca.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=34394"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/revistaraca.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=34394"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}