Um bando de loucos brilhando em Cannes

Quando nos encontramos pela primeira vez, eu, como CEO da mais consagrada revista negra do país, a RAÇA Brasil, no ano em que a publicação faria  25 anos, não digo que foi amor à primeira vista; afinal, estávamos ainda no período de pandemia e não há como ter química em encontros virtuais (eu acho). 

Foi assim a primeira vez entre a revista RAÇA  e a FCB Brasil. Já no encontro com toda a equipe maluca,  por vezes falava de coisas transcendentais como Marcinha, uma afrodescendente além do seu tempo e outros tipos que nem quero descrever, seria para comemorar os cinco leões de  trazidos de Cannes, e a história não iria parar por ali.

Hoje não temos mais dúvidas do sucesso da nossa parceria: a FCB Brasil trouxe o Leão de Prata de Cannes para nosso país com a campanha “O futuro tem que ser preto”, da nossa revista RAÇA! Isso nos enche de orgulho e nos dá a certeza que, mais que um reconhecimento do talento brasileiro, é uma verdadeira afirmação, em forma de manifesto, da criatividade e o desejo de um país que, quando une uma equipe diversa em um objetivo comum, torna-se imbatível em qualquer modalidade e não apenas no futebol.

A alegria de hoje só me faz lembrar o dia em que pisei pela primeira vez na FCB e recordei do primeiro trabalho como estagiário aos 16 anos em uma outra agência de propaganda multinacional, há mais de três décadas. Estava com alguns desenhos embaixo dos braços recebendo minha primeira oportunidade na área de comunicação. 

O trabalho era de estagiário, a chance foi dada por um senhor chamado Muralins, que nem sei se ainda está vivo, mas, se for, faço valer a lição que aquele Senhor me deu mais de 30 anos atrás de que: Acreditar na juventude, na diversidade, no compromisso e no trabalho só pode trazer bons resultados.