1 em cada 4 pessoas sofre consequências de uma crise de segurança alimentar
Mais de um quarto da população da África — 346 milhões de pessoas — enfrenta uma crise de segurança alimentar que leva milhões de famílias a pular refeições todos os dias; uma situação de fome alarmante que pode se intensificar nos próximos meses, conforme afirmou hoje o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
A crise alimentar acomete o continente de ponta a ponta, desde a Mauritânia e Burkina Faso ao oeste até a Somália e a Etiópia ao leste. Em resposta à crise, o CICV intensificará suas atividades em 10 países, em estreita coordenação com outros componentes do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, de forma a atender a mais 2,8 milhões de pessoas.
Fatores como conflitos, choques climáticos — como as secas na África Oriental e a baixa precipitação cumulativa na África Ocidental —, o aumento drástico no número de pessoas deslocadas e a elevação brusca dos preços de alimentos e combustível contribuíram para exacerbar as necessidades da população na região. Para complicar ainda mais a situação, muitos dos países afetados ainda estão sofrendo os efeitos econômicos adversos da pandemia de COVID‑19.
Desafios adicionais incluem o acesso limitado a populações vulneráveis devido à insegurança, assim como o conflito armado internacional na Ucrânia, que acarretou um aumento nos custos de alimentos e combustível e no tempo de entrega desses artigos como consequência de transtornos nas rotas de abastecimento.
“Precisamos que mais pessoas somem seus esforços para enfrentar esta crise. O trabalho principal do CICV é ajudar as pessoas a sobreviver, mas isso não chega nem perto de ser suficiente. Uma crise desta magnitude requer esforços coordenados por parte dos governos, parceiros humanitários e doadores, com foco na prestação de assistência no médio e longo prazo, de forma a ajudar as pessoas afetadas a se reerguerem. Essa precisa ser a prioridade”, conclui Stillhart.
O CICV está conduzindo atividades de assistência, junto a outros componentes do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, nos países africanos que mais estão sofrendo com a crise de segurança alimentar: Somália, Quênia, Etiópia, Sudão do Sul, República Democrática do Congo, Sudão, Nigéria, República Centro-Africana, Chade, Camarões, Níger, Burkina Faso, Mali e Mauritânia.