10 milhões: o preço da discriminação

Ação pede que a XP e a Ável Investimentos definam metas para impedir atos de discriminação por raça, gênero, sexo e idade

Uma ação civil pública foi protocolada na última quarta-feira (18) por entidades do movimento negro, feminista e de defesa dos direitos humanos contra a corretora XP e o escritório credenciado Ável Investimentos, que pertence à empresa, pela falta de diversidade em sua equipe. De acordo com informações obtidas pelo portal UOL, o valor da indenização é de R$ 10 milhões por dano social e moral coletivo, além disso, as empresas deverão cumprir medidas com objetivo de aumentar a diversidade em seu quadro de funcionários.

Protocolada na 25ª Vara do Trabalho de Porto Alegre, a ação civil foi assinada pelo Centro Santo Dias de Direitos Humanos e as ONGs Educafro e Visibilidade Feminina. Nos próximos dias, a Justiça de Porto Alegre deve marcar uma audiência de conciliação.

Em caso de vitória, o valor da indenização será destinado ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos, que tem vínculo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública e à Secretaria Nacional do Consumidor. Um conselho ficará responsável pela seleção de projetos que serão financiados pelos recursos da ação civil pública.

Além da indenização no valor de R$ 10 milhões, a ação pede que a XP e a Ável elaborem um plano de diversidade que contenha metas para impedir atos de discriminação de raça, gênero, sexo, e idade nos processos de recrutamento, além de oferecer desenvolvimento oportunidades para desenvolvimento de carreira dos funcionários.

Márlon Reis, advogado que representa a ação, afirmou em entrevista para o Uol que o processo sinaliza a necessidade de o mercado brasileiro ficar atento à agenda Ambiental, Social e Governança (ESG, na sigla em inglês).

Relembre o caso

Na semana passada, uma foto divulgada pela Ável Investimentos gerou intensa repercussão na internet ao mostrar um grupo de mais de cem pessoas, em sua maioria, formado por homens brancos e pessoas jovens. Além de mostrar pessoas aglomeradas, o que chocou foi a falta de diversidade na empresa que se apresenta como “maior escritório de assessoria digital da XP”.

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