13 de maio: o negro no mercado de trabalho
O que você deseja ser quando crescer? Esta é uma das perguntas que as crianças mais ouvem durante um período de suas vidas. Aliás ser criança é maravilhoso, pena que nem todas possuem as mesmas condições e oportunidades para que possam se desenvolver e crescer com oportunidades iguais, seja em qualquer área do mercado de trabalho que desejam atuar.
A primeira etapa do processo para a abolição dos escravos foi tomada em 1850, com a extinção do tráfico de escravos no Brasil. Vinte e um anos mais tarde, em 28 de setembro de 1871, foi promulgada a Lei do Ventre-Livre, esta lei tornava livre os filhos de escravos que nascessem a partir da decretação da lei. No ano de 1885, foi promulgada a lei Saraiva-Cotegipe (também conhecida como Lei dos Sexagenários) que beneficiava os negros com mais de 65 anos de idade. Mas, foi somente em 13 de maio de 1888, através da Lei Áurea, que a liberdade total e definitiva finalmente foi alcançada pelos negros brasileiros. Esta lei, assinada pela Princesa Isabel (filha de D. Pedro II), abolia de vez a escravidão em nosso país.
Mesmo após mais de 130 anos da aboliação da escravatura, observamos que os número de oportunidades para negros e brancos ainda possui uma diferença muito grande. Um dos grandes fatores é a necessidade de negros começarem a trabalhar muito cedo, dificultando a oportunidade de estudar.
Conforme matéria publicada no estadão em 21 de junho de 2017, o mercado de trabalho ainda é excludente para negros no Brasil. Nas organizações, a desigualdade entre brancos e negros aparece de forma gritante. Segundo dados de uma pesquisa do Instituto Ethos, realizada no último ano, pessoas negras ocupam apenas 6,3% de cargos na gerência e 4,7% no quadro executivo, embora representem mais da metade da população brasileira. Neste contexto, a presença de mulheres negras, em comparação aos homens, é ainda mais desfavorável: elas preenchem apenas 1,6% das posições na gerência e 0,4% no quadro executivo. A situação só se inverte nas vagas de início de carreira ou com baixa exigência de profissional, como em nível de aprendizes (57,5%) e trainees (58,2%).
Profissionais que atuam no campo das políticas de diversidade em empresas têm destacado que a dimensão racial da diversidade é aquela que traz mais desafios para ser abordada e implementada. Cabe destacar, finalmente, que iniciativas importantes e qualificadas no campo da igualdade racial vêm sendo protagonizadas por diferentes empresas. Essas iniciativas, embora isoladas e pontuais, podem ser mapeadas, detalhadas e disseminadas, como cases, com vistas a inspirar as empresas, auxiliando-as a avançar para um ambiente empresarial que proporcione a equidade, que respeite os direitos humanos e que aposte no desenvolvimento econômico e social do país.
Mas uma coisa é certa! Nós negros, devemos acreditar e buscar por novas conquistas. Devemos nos capacitar, para estarmos preparados para as oportunidades. Em minhas conversas, com negros de sucesso, em suas atividades, fica claro que a conquista é fruto de acreditar no seu potencial para obter o que se almeja. Eles ressaltam que a caminhada não é fácil. É preciso muito empenho, trabalho e determinação, para romper preconceitos, procurando ser o melhor que puder naquilo que decidir fazer profissionalmente.
Lembre-se: Você é fruto de suas escolhas, então escolha ser o melhor que puder!
Grande abraço e sucesso!
Amarildo Nogueira