Revista Raça Brasil

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1º de Maio e a ameaça da Inteligência Artificial

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Mauricio Pestana

CEO do Grupo Raça Comunicações. Jornalista, publicitário, cartunista e escritor, referência no país e no exterior no que diz respeito à produção de materiais didáticos nas áreas de diversidade, cidadania e direitos humanos. Foi secretário de Promoção da Igualdade Racial da Cidade de São Paulo e, atualmente, é diretor executivo da Revista Raça.

1º de Maio e a ameaça da Inteligência Artificial

O Primeiro de Maio, Dia do Trabalhador, é uma data para refletir sobre as condições de trabalho e os direitos dos trabalhadores em um mundo cada vez mais liberal. No entanto, em tempos de Inteligência Artificial (IA) e das facilidades que têm sido ventiladas sobre o uso dessa tecnologia, será, de fato, um progresso ou um retrocesso avassalador no mundo do trabalho e, de quebra, na área da Diversidade e Inclusão? A IA, por exemplo, tem sido apresentada como uma solução para incluir pessoas com deficiência no mercado de trabalho, mas será que isso é realmente uma realidade?

A IA pode ser uma ferramenta poderosa para aumentar a acessibilidade e promover a igualdade de oportunidades, mas também pode criar novos desafios e desigualdades. O desemprego estrutural é um risco real, especialmente para aqueles que não têm as habilidades necessárias para trabalhar com tecnologias avançadas. Além disso, a dependência tecnológica pode levar a uma perda de autonomia e de habilidades humanas.

A inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho é um objetivo louvável, mas é importante não esquecer que a IA também pode perpetuar desigualdades existentes. A exploração desmedida do trabalho é um risco, especialmente se as pessoas com deficiência forem vistas apenas como “usuários” de tecnologia, e não como trabalhadores com direitos e necessidades.

Além disso, a IA pode ter um impacto negativo na saúde mental dos trabalhadores, especialmente se eles se sentirem pressionados a se adaptar a novas tecnologias e ritmos de trabalho. O isolamento social também é um risco, sobretudo se as pessoas trabalharem de forma remota e não tiverem contato humano regular.

É importante questionar quem realmente se beneficia da IA no mercado de trabalho. Será que são os trabalhadores, ou as empresas que buscam aumentar a produtividade e reduzir custos? A IA pode ser uma ferramenta útil, mas é fundamental garantir que ela seja usada de forma ética e responsável, e que os direitos dos trabalhadores sejam protegidos.

Enfim, o Primeiro de Maio é um momento para refletir sobre as condições de trabalho e os direitos dos trabalhadores em tempos de IA. É importante ser cético em relação às promessas de transformação e inclusão, e garantir que a tecnologia seja usada de forma a beneficiar a todos e não apenas alguns, evitando mais concentração de renda, desemprego e a perpetuação de desigualdades.

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