O dia 21 de março, marcado como o Dia Internacional de Eliminação de Todas as Formas de Discriminação, nos convida a uma pausa reflexiva sobre a realidade que ainda persiste em nosso país e no mundo. Vivemos um tempo em que a discriminação racial, em especial, se manifesta de maneiras alarmantes, exacerbadas por discursos que revelam a fragilidade dos avanços sociais conquistados ao longo das últimas décadas.
Recentemente, a fala do presidente da Conmebol, que comparou a ausência do Brasil na Libertadores à ideia de um Tarzan sem Chita, expõe não apenas um desrespeito às diversas identidades culturais, mas também ressalta uma ignorância que, historicamente, perpetua estigmas e racismo.
No Brasil, os números relacionados à violência e à discriminação racial são inquietantes. As denúncias de agressões raciais aumentam, assim como a percepção de impunidade para aqueles que cometem tais crimes. Em um momento em que se esperava um avanço nas políticas de igualdade, pela promoção da diversidade e respeito às diferenças, o país, aparentemente, caminha na contramão.
O desmantelamento de políticas públicas e ações afirmativas dedicadas à inclusão de minorias evidencia um retrocesso que vai além da letra da lei, manifestando-se na vivência cotidiana de milhares de brasileiros e brasileiras que enfrentam, diariamente, a violência do racismo.
Esses retrocessos também se refletem em outras partes do mundo, como nos Estados Unidos, onde críticas às políticas de igualdade racial, que demoraram décadas para serem efetivas, estão no centro de um debate acirrado. A análise crítica não deve se restringir apenas a um lamento sobre o que foi perdido, mas também a um chamado à ação. Se, por um lado, as vozes que se levantam contra a discriminação parecem estar sob ataque, por outro, essas vozes estão se unindo e encontrando novos espaços de resistência e reivindicação. Há necessidade de uma resiliência coletiva que reafirme o compromisso com a luta pela igualdade.
O Dia Internacional de Eliminação de Todas as Formas de Discriminação não deve ser, portanto, um mero símbolo, mas uma provocação para olharmos para o futuro com determinação. É um convite à reflexão sobre como lidar com essas questões contemporâneas, aproveitando as ferramentas e plataformas que a modernidade nos oferece. A comunicação digital, por exemplo, permite uma mobilização maior e um compartilhamento de experiências e histórias que podem impactar e inspirar mudanças reais.
Precisamos construir pontes entre as gerações, unindo a sabedoria dos mais velhos à criatividade dos mais jovens, criando uma frente sólida contra o racismo e a discriminação.