3 de Julho: Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial

No dia 3 de julho, celebra-se o Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial, uma data que assinala não apenas a aprovação da Lei nº 1.390, em 1951, mas também um marco na luta contra o preconceito racial no Brasil. Essa lei foi pioneira ao criminalizar atos racistas, surgindo após um incidente onde uma bailarina foi barrada em um hotel por ser negra, provocando um debate crucial sobre a questão do racismo no país.

No entanto, mesmo décadas após sua promulgação, a eficácia dessa legislação ainda é questionável, refletindo um cenário onde a discriminação racial persiste em diversas esferas da sociedade brasileira. Um dos setores mais impactados é o da segurança pública, especialmente no Rio de Janeiro, onde a violência policial afeta desproporcionalmente jovens negros das favelas e periferias. Estatísticas alarmantes indicam que as vítimas de ações policiais letais, em sua maioria, são pessoas negras.

Além da violência policial, a discriminação se manifesta de maneira flagrante no mercado de trabalho. Negros e negras continuam enfrentando disparidades salariais e são mais afetados pelo desemprego, mesmo possuindo qualificações semelhantes aos seus colegas brancos. Pesquisas revelam que muitos profissionais negros enfrentam discriminação nos locais de trabalho, o que afeta sua integração e progressão profissional.

O racismo estrutural impregnado na sociedade brasileira tem impactos profundos e generalizados na vida diária da população negra, permeando não apenas as interações sociais, mas instituições públicas e plataformas virtuais. Apesar dos avanços legislativos e das campanhas educacionais, persistem desafios significativos na promoção da igualdade racial e no combate ao racismo.

Organizações como o Sinpro têm desempenhado papel crucial na conscientização e na implementação de práticas antirracistas. Através de iniciativas como o caderno “É Preciso Ser Antirracista”, o sindicato tem promovido a formação e o suporte para práticas pedagógicas que valorizam a diversidade e combatem o racismo nas escolas. Essas ações são fundamentais para promover uma educação mais inclusiva e para capacitar os educadores na abordagem de temas relacionados à história e cultura afro-brasileira.