Estreia do filme sobre a Rainha de Angola

Veja a festa de estreia do filme “Njinga, Rainha de Angola”, no CCBB-RJ

 

TEXTO: Redação | FOTOS: Emanuele Sanuto | Adaptação web: David Pereira

Da esquerda para a direita: Silvio Ferreira do Nascimento, ator do filme; o representante do consulado de Angola do Rio de Janeiro; a protagonista Lesliana Pereira; o produtor executivo Coreón Dú; e Quitéria Chagas, atriz | FOTO: Emanuele Sanuto

Da esquerda para a direita: Silvio Ferreira do Nascimento, ator do filme; o representante do consulado de Angola do Rio de Janeiro; a protagonista Lesliana Pereira; o produtor executivo Coreón Dú; e Quitéria Chagas, atriz | FOTO: Emanuele Sanuto

Mulher, guerreira e rainha – são as palavras que resumem o filme “Njinga, Rainha de Angola”, que teve a sua pré-estreia na cidade do Rio de Janeiro, no Centro Cultual Banco do Brasil. Para abertura do evento, três mulheres percussionistas soaram os tambores para tornar aquela noite mais especial e rítmica, e logo em seguida o grupo de dança do projeto Bouce apresentou movimentos típicos da África, retratando a alegria local contagiante para todos os presentes. O filme é uma emocionante viagem pela história de Angola. Ele nos leva até o século XVII para conhecer a vida de luta de uma mulher sem medo. Durante quase quatro décadas, esta mulher luta pela libertação dos mbundo e personifica o lema “quem ficar, luta até vencer”. Num mundo de homens, uma mulher torna-se rainha e consegue selar a paz com os portugueses, que a reconhecem como a verdadeira soberana da Matamba e do Ndongo.

No papel principal, Lesliana Pereira, a Miss Angola 2008, recebe a Revista Raça Brasil com muito carisma e simpatia. Ela falou da sua emoção, enquanto angolana, de representar uma rainha que faz parte da história de seu país: “Toda a comunidade negra aqui é muito forte, não só na Bahia, mas em todo o país, e protagonizar a Rainha é um sentimento de responsabilidade muito grande, é uma história que é nossa. A Rainha Njinga é angolana, então a gente quis contar a história da nossa rainha”. Já o ator Silvio Ferreira do Nascimento, que foi o par romântico da rainha no filme, disse que “sente-se honrado por representar Angola no Brasil por meio de um filme que conta a história de seu país, já conhecida mundialmente”.

No elenco estão também os atores Érica Chissapa, Ana Santos, Miguel Hurst, Jaime Joaquim e Orlando Sérgio. O roteiro é de Joana Jorge, com produção executiva de Coréon Dú, Sérgio Neto e Renato Freitas e realização de Sérgio Graciano. Na ocasião, estavam presentes o produtor-executivo Coréon Dú, a historiadora Isilda Hurst e a roteirista Joana Jorge. Entre os convidados para a pré-estreia estavam os atores Antonio Pitanga, Milton Gonçalves, Maria Ceiça e Quitéria Chagas, entre outras personalidades. “A imagem e a ideia que o mundo tem do negro, da África e de Angola em si também é uma imagem do negro escravo. É muito raro você ver a história de fato. A gente sabe que existiram reis e rainhas, e é importante não só para o próprio negro, mas para toda a sociedade conhecer e entender que muita das vezes tem uma raiz negra”. “Queremos que o filme seja mais divulgado, que as pessoas levem seus filhos”, disse Quitéria Chagas.

O ator Milton Gonçalves, a atriz Maria Ceiça e o ator Silvio Ferreira do Nascimento | FOTO: Emanuele Sanuto

O ator Milton Gonçalves, a atriz Maria Ceiça e o ator Silvio Ferreira do Nascimento | FOTO: Emanuele Sanuto

Maria Ceiça também falou a sua opinião sobre o filme, que diz ter gostado muito: “Eu acho muito importante que cada um de nós afrodescendentes conheça a nossa história através das histórias do outros países, de onde nós viemos, de onde os nossos ascendentes vieram. Então acho que esse filme é de fundamental importância para cultura angolana, com um personagem de fundamental importância para o país. E, para nós, retrata uma realidade muito distante, que a gente pouco conhece de África. Nós brasileiros devemos à África!”, enfatizou.

“A rainha Njinga foi considerada pela UNESCO uma das 25 figuras femininas mais importantes da história de África. Por isso, é fundamental ter a vida dela contada. É importante mostrar aos brasileiros um pouco da história angolana”, celebrou o responsável pela Semba no Brasil, Frederico Roque de Pinho. O longa-metragem foi exibido gratuitamente no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio, entre os dias 12 e 24 de março, além de ter sido incluído no programa educativo do CCBB para visitas de estudantes e pesquisadores.

 

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