Estudo aponta que saúde de idosos negros é pior que de brancos
Pesquisa liderada por Roudom Ferreira Moura busca entender a relação entre as condições sociais e de saúde vividas por idosos pretos e pardos a partir do contexto do racismo estrutural e institucional
A Faculdade de Saúde Pública da USP apresentou estudo que mostra que idosos negros no município de São Paulo apresentam piores condições de escolaridade, renda, hipertensão arterial e têm menos acessos a serviços privados de saúde em relação aos idosos brancos na cidade.
O estudo conduzido pelo doutor em epidemiologia, Roudom Ferreira Moura, mostra que 45,5% dos idosos pardos e 47,2% de idosos pretos retratam seu estado de saúde de maneira negativa, muitos o descrevem como ruim ou muito ruim, já entre os idosos brancos esse número é de 33%.
“O Brasil é negro, mas o envelhecimento é branco”, afirmou Roudom Ferreira Moura ao Jornal USP. A partir de dados coletados pelo Inquérito de Saúde do Município de São Paulo (ISA – Capital – SP -2015), o pesquisador realizou uma análise aprofundada para entender quais as relações entre variáveis demográficas, socioeconômicas e comportamentais, condições sociais e de saúde, além do acesso a atendimentos de saúde relacionados à cor da pele/raça autodeclarada de 1.017 idosos na capital paulista. Esse grupo é formado por 63,3% brancos e 21,4% pardos e 7,3% pretos/negros.