Três professores negros brasileiros inspiradores
Quais professores marcaram sua história?
Lembramos neste texto os professores negros inspiradores que fizeram história no Brasil e que representam a importância da profissão para o mundo e para o provo preto brasileiro.
Feliz Dia dos Professores!
Maria Firmina dos Reis
Maria Firmina dos Reis nasceu em São Luís do Maranhão, no ano de 1825. Filha de pai negro e mãe branca, foi criada pela tia, que lhe deu acesso à educação formal e aos 25 anos se tornou professora primária.
Além de professora, Firmina dos Reis é a primeira romancista brasileira. Ela publicou sua primeira obra, Úrsula, em 1859, aos 34 anos. Concomitante ao trabalho de professora, também lançou uma série de contos e um livro de poemas.
Não existem registros do rosto de Maria Firmina dos Reis, em alguns momentos a escritora foi retratada como uma mulher branca. Mas ex-alunos de Firmino dos Reis afirmam que ela tinha cabelos crespos, curto, rosto arredondado, nariz curto e grosso.
Abdias do Nascimento
Artista, professor universitário e político, Abdias do Nascimento nasceu em 14 de março de 1914, em Franca, interior de São Paulo. Neto de uma ex-escrava, Abdias começou a trabalhar aos 9 anos entregando leite e carne nas casas de pessoas ricas. Com 15 anos, se formou em contabilidade. É difícil resumir a história de Abdias do Nascimento pelos muitos feitos na luta do movimento negro.
O professor foi um dos fundadores do Teatro Experimental do Negro (TEN), onde começaram muitos artistas de talento como Ruth de Souza e Léa Garcia. Abdias também ajudou a fundar o Museu de Arte Negra (MAN) e o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (Ipeafro), ambientados no Rio de Janeiro, onde viveu durante uma parte da vida.
Exilado nos Estados Unidos durante a Ditadura Militar no Brasil, Abdias se aproximou de movimentos como Panteras Negras, deu aula em universidades no país e foi um militante ativo no pan-africanismo.
O acadêmico, artista plástico e economista também entrou na carreira política com duas passagens pelo Senado brasileiro, durante os anos de 1991 e 1996. Abdias recebeu Prêmio Toussaint Louverture pelos Extraordinários Serviços Prestados à Luta contra a Discriminação Racial, na sede da Unesco em Paris, em 2004.
Milton Santos
Milton Santos é um dos maiores geógrafos brasileiros. Natural de Brotas de Macaúbas, interior da Bahia, o professor nasceu em 3 de maio de 1926. Seus pais e avós maternos eram professores do primário e ensinaram Santos a ler, escrever, falar francês, além de ensinarem álgebra ao filho.
Aos 10 anos, se mudou para Salvador e passou a estudar no Instituto Baiano de Ensino, um internato localizado na capital da Bahia. No internato, as aulas do professor Oswaldo Imbassahy despertaram seu interesse pela Geografia.
O jovem Milton Santos já lecionava matemática aos 13 anos para os colegas de internato e aos 15 começou a ensinar geografia. Santos estudou na Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia, mas nunca exerceu a profissão e mudou-se para Ilhéus onde dava aulas de Geografia no ginásio municipal.
Milton Santos é um dos grandes responsáveis por estudos que mostram que a geografia engloba campos como sociologia, economia e política. Ele realizou pesquisas sobre urbanização em países pobres e globalização.
Em 1994, recebeu o prêmio Vautrin Lud, considerado o ‘Nobel da Geografia’. Milton é o único brasileiro a receber o prêmio.