A benção painho

No editorial deste mês gostaria de começar com um pequeno trecho da música de um grande artista que é João Nogueira “E o meu medo maior é o espelho se quebrar” .

A Quem diga que sou a cara do meu pai e eu mais que depressa  sempre nego(risos). Mas com certeza eu sou seu espelho e muito parecida com sua sede de mudança, sua angústia e inquietação pela desigualdade racial e social. Me orgulho tanto de sua luta e trajetória! 

Quem dera pudesse honrar a cor da minha pela, transferida por ele e seus antecedentes para mim. Muitos de vocês leitores conhecem meu pai pelo seu sobrenome PESTANA, bom na maioria do tempo eu também o conheço e o chamo assim, mas poucos são os que conhecem o pai ou o vovô Maurício, como carinhosamente a minha sobrinha o chama.

Quando pensamos em dia dos pais, pensamos sempre em vários modelos de pais e principalmente naqueles que por opção escolheram ser provedores e não pais. Ainda mais se tratando da população negra, mas existem ainda aqueles pais raízes e corujas, quietinhos mas que escondem uma potência de pai pra lá de avassaladora.

Nossa capa deste mês é aquele paizão raíz! E entrevistá-lo ao lado de seu filho foi simplesmente mágico, falo de Zedequias da Silva ou como eu preferi chamar Seu Zé pai do ícone multitalento Icaro Silva. Como foi incrível passar uma tarde de pai e filho com esses dois! Ver o amor e cumplicidade, carinho entre ambos era incrível. Dava para sentir o afeto e o orgulho que Ícaro esbanjava em cada click.