Em um marco histórico para Belo Horizonte, Minas Gerais, as figuras icônicas da filósofa Lélia Gonzalez (1935-1994) e da escritora Carolina Maria de Jesus (1914-1977) foram imortalizadas por meio de estátuas de bronze, em tamanho real, inauguradas no coração da cidade no último domingo (30).
Essas são as primeiras estátuas de mulheres negras a serem erguidas na capital mineira, um evento que ocorre 136 anos após a abolição da escravatura no Brasil. A iniciativa partiu da jornalista e pesquisadora Etiene Martins, também mestra e doutoranda em comunicação e cultura, e foi concretizada graças a uma emenda parlamentar. Etiene Martins compartilhou sua visão do evento como um “pequeno e inédito passo decolonial em nossa cidade”, destacando a importância de trazer representatividade e reconhecimento histórico para mulheres negras.
A responsabilidade pela criação das estátuas coube ao artista Léo Santana. As obras estão localizadas no Parque Municipal Américo Renné Giannetti, em frente ao Teatro Francisco Nunes, integrando agora o prestigioso Circuito Literário de Belo Horizonte.
Essa iniciativa não apenas celebra as conquistas e legados de Lélia Gonzalez e Carolina Maria de Jesus, mas também marca um avanço significativo rumo à inclusão e à valorização da diversidade cultural na capital mineira, inspirando novas reflexões sobre representatividade e memória histórica.