Nem Vini Jr nem a luta antirracista, mereciam isto.
“Eu farei 10x se for preciso. Eles não estão preparados.”, afirmou Vini Jr, diante do espanto geral com o resultado da premiação para o melhor jogador de futebol da última temporada, que ignorou solenemente, a unanimidade que ele representava para receber o prêmio “Bola de Ouro –2024”.
O espanto mundial tinha razão de ser: A razão pela qual Vini foi excluído foi o velho e resilientte racismo, que mais uma vez se fez presente no esporte mais popular do mundo, o futebol. Dessa vez, não foram os gritos da massa ignara e euro-centrista, acompanhada de gestos animalescos, nos estádios de futebol, que produziram e estimularam esse crime de lesa humanidade.
O gesto racista do Bola de Ouro, é na verdade uma punição imposta a Vini Jr, pela elite do futebol mundial, que não perdoaram pelo fato dele ter denunciado e enfrentado de peito aberto esse câncer que tem ocupado enorme espaço nos estádios de futebol, nos últimos tempos.
E todo mundo percebeu. Vini Jr., foi punido por ser um militante antirracista. Por ter sido transformado num símbolo de combate ao racismo que não se dobrou a máfia que comanda o futebol mundial.
Ele não se calou. Gritou para todo mundo ouvir que racismo é crime e que a Europa não fazia nada para punir esses criminosos.
Seus protestos foram tão fortes que obrigou o Governo Espanhol e de várias outras partes do mundo a alterarem suas legislações e punirem os atos racistas que eram praticados de forma escancarada nos estádios de futebol mundo afora.
Só por isso, Vini Jr, já mereceria ser homenageado como melhor esportista do mundo. Afinal, ele tem feito, fora do campo, mais pelo futebol mundial que muitos craques geniais como Pelé, fizeram dentro do campo.
Mas, essa sua coragem e ousadia, deixou os “reizinhos do futebol, nus” e irritados. Eles foram expostos como nunca havia ocorrido na história do futebol.
Por conta disso, não valeu para esses racistas de plantão, Vini ser o jogador excepcional que encanta os amantes do futebol mundo afora. Não valeu os gols maravilhosos que ele marcou na temporada passada e que levou o seu time, o Real Madrid a ser Campeão da Champions League, do Campeonato Espanhol e da Supercopa da Espanha.
Não valeu, nem mesmo, ele ser considerado o maior jogador de futebol da atualidade, por quase toda a imprensa esportiva. Daí que quando saiu o resultado do “Bola de Ouro”, O espanto foi geral. A indignação também.
Lamentavelmente, o que valeu mais uma vez, foi o ódio racista que preside até os dias atuais a relação da elite europeia com o resto do mundo. Racismo este que está presente no colonialismo cruel da qual a África foi vítima e o racismo decorrente dessa brutal exploração, da qual a escravidão negra foi face mais visível.
O racismo foi tão escancarado contra Vini, que o Real Madrid, em sinal de protesto, não enviou nenhum representante para a premiação do Bola de Ouro, evento que é realizado anualmente, desde 1956, pela revista France Football e que é considerado o maior prêmio do mundo futebol no planeta.
Mas, ainda bem, que os protestos, não foram apenas do Real Madri. Multiplicaram por todo o mundo (não apenas o esportivo), dando um recado claro para os organizadores da premiação. Não é mais possível esse tipo de discriminação.
Até porque, nessa luta, com prêmio ou sem prêmio, todos nós estamos com Vini.
Exemplo marcante nesse sentido, foi a declaração de Cristiano Ronaldo, ganhador do prêmio por cinco vezes e considerado um dos maiores jogadores da história do futebol: “Perderam a credibilidade” , afirmou ele. Para mim, pior que isso, perderam a vergonha.
Toca a zabumba que a terra é nossa!