Candidato barrado no sistema de cotas vai à Justiça

O servidor público e militante do movimento negro Gustavo Amora, autodeclarado pardo, teve seu pedido de acesso às cotas raciais no Concurso Nacional Unificado (CNU) negado pela banca de heteroidentificação. Sem justificativas claras, Amora decidiu recorrer à Justiça.

“Fui eliminado com base em um parecer genérico, sem que explicassem quais traços analisaram ou por que fui considerado inapto. Isso fere meu direito à ampla defesa”, diz Amora, que já foi aprovado em outros concursos com cotas e tem longa trajetória na luta contra o racismo.

Segundo sua advogada, Adriane Fauth, o caso evidencia a falta de transparência no processo “Como questionar a legalidade de uma decisão se não sabemos onde ela se baseia? Isso prejudica o direito de defesa e mostra a necessidade de critérios mais objetivos”.

O Ministério da Gestão defende que seguiu as normas e que os candidatos podem acessar seus pareceres, mas Amora afirma nunca ter recebido explicações detalhadas.

“Minha pele pode ser mais clara, mas minha vida foi marcada por preconceitos que reforçam minha identidade como negro e a necessidade de corrigir desigualdades”, desabafa.

Com o pedido negado em 1ª instância, ele agora espera por uma decisão no Tribunal Regional Federal. “Estudei 10 horas por dia durante meses. Foi um esforço gigantesco que não pode ser ignorado.”

O caso levanta discussões sobre justiça e transparência nos critérios de heteroidentificação e reacende a importância de um sistema mais claro e inclusivo.

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