Avante, mulheres negras latinas!

Há apenas 30 anos, na República Dominicana, acontecia o 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenha, movimento que exaltava, lá no início dos anos 90, a luta de mulheres negras contra o racismo, a exploração e a opressão de gênero. Desse encontro foi instituído um marco: o Dia da Mulher Negra, Latina e Caribenha.

Secularmente, viemos sendo maltratadas por essa sociedade misógina e as mulheres negras e indígenas são as mais prejudicadas. O sistema de dominação torna o objeto da sua ação um indivíduo desprovido de dignidade suficiente para romper com a condição psicológica que o impede de reagir. Desqualificar, violentar para escravizar e subalternizar são as armas usadas para impor o poder.

Respeito é essencial

Nesse círculo vicioso da dominação, as mulheres lutam por respeito à sua presença e às suas potencialidades. Somos todas latino-americanas e devemos cada vez mais concretizar o nosso valor e capacidade. Em todas as áreas profissionais, as mulheres vêm ascendendo em busca de reconhecimento e justiça. Os dados do feminicídio são assombrosos, especialmente no Brasil, e a união das mulheres se torna um grande poder para esse combate.

Não é uma guerra de sexos e sim uma chamada de atenção para que parem de nos matar, parem de querer decidir por nós sobre nossos corpos. Respeito é o sentimento essencial para o equilíbrio de qualquer situação.

Este ano, em março, fui agraciada com o reconhecimento do Prêmio Latin America Lifetime Awards (LALA 2022), que reconhece o trabalho de mulheres latinas em todas as áreas de atuação. Fiquei muito honrada em estar ali representando a mulher afro–indígena-brasileira. Acho muito importante as mobilizações pontuais, como essas, porque se tornam extremamente necessárias para mostrar a nossa união.