Djimon Hounsou expõe desigualdade em Hollywood: “Ainda luto para sobreviver”
Djimon Hounsou, ator indicado ao Oscar por filmes como Diamante de Sangue e Terra dos Sonhos, abriu o coração sobre os desafios que enfrentou em sua jornada em Hollywood. Apesar de sua carreira consolidada, ele revelou que ainda enfrenta dificuldades financeiras e profissionais, reflexos do racismo sistêmico na indústria.
“Com duas indicações ao Oscar, ainda estou lutando para sobreviver. Isso mostra como o racismo está profundamente enraizado em tudo que fazemos, em todos os níveis”, desabafou o ator, que também já enfrentou estereótipos e disparidade salarial ao longo de sua trajetória.
Nascido no Benin, na África Ocidental, Hounsou imigrou para os Estados Unidos em 1990 com o sonho de atuar, mas encontrou um vazio profundo pela desconexão com suas raízes. Esse sentimento ficou ainda mais evidente quando ele interpretou o papel principal em Amistad, filme que retrata o tráfico de escravizados. “Durante as pesquisas para o papel, percebi como muitos afrodescendentes, inclusive eu, estão desconectados de suas origens e cultura”, contou.
Mesmo diante das adversidades, Hounsou transformou sua dor em propósito. Em 2019, ele fundou a Djimon Hounsou Foundation, uma iniciativa voltada a combater a escravidão moderna e reconectar a diáspora negra às suas raízes africanas. “Não é só sobre minha história, é sobre reconectar negros ao que fomos, ao que somos. Nossa história precisa ser lembrada e celebrada”, afirmou.
Para o ator, Hollywood ainda precisa percorrer um longo caminho quando o assunto é diversidade e igualdade real. “As mudanças têm que ir além da superfície. É necessário um esforço genuíno para enfrentar a desigualdade”, destacou.