“Minha filha chorou”, diz mãe de passista mirim da Portela vítima de racismo nas redes sociais

Uma passista mirim de apenas oito anos, integrante da Portela, foi alvo de comentários racistas nas redes sociais após participar de um ensaio de rua da escola de samba no último domingo (12). O episódio abalou profundamente a família da criança, que chegou a ler as mensagens ofensivas.

Tudo começou quando um site carnavalesco publicou um vídeo da menina em destaque. Nos comentários, uma mulher afirmou que “a menina caucasiana tem que dançar na frente”, sugerindo que a passista negra “deveria se acostumar” a ficar atrás. A situação piorou quando outro perfil questionou a capacidade intelectual da criança, insinuando que ela não seria capaz de resolver uma simples conta de multiplicação.

Carla Beatriz Conceição de Oliveira, mãe da menina, contou que os ataques racistas machucaram toda a família. “Ela recebeu um comentário dizendo que não deveria estar à frente de uma criança branca. Isso me incomodou. Respondi, e outras pessoas começaram a questionar a autora das ofensas, mas os ataques só aumentaram. Minha filha viu tudo e chorou. Isso mexeu muito com a gente.”

A situação ganhou repercussão após Carla desabafar em suas redes sociais. A rainha de bateria da Portela, Bianca Monteiro, gravou um vídeo demonstrando solidariedade e indignação. A escola de samba também se posicionou, repudiando os ataques e oferecendo apoio jurídico à família.

O caso foi registrado na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância como “Preconceito de Raça e Cor”. A Polícia Civil já iniciou as investigações e afirmou que todos os envolvidos, incluindo a autora dos comentários, serão ouvidos.

“É doloroso ver uma criança passar por isso. Só queremos justiça e que minha filha siga fazendo o que ama, com orgulho de quem ela é”, desabafou Carla. A Portela reafirmou seu compromisso com a luta contra o racismo e a valorização de sua comunidade.

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