Grammy 2025: O impacto da vitória de artistas negros na maior premiação da música

O Grammy 2025 foi muito mais do que uma premiação, foi um marco na história da música e da representatividade negra. Em uma noite cheia de discursos impactantes e performances inesquecíveis, Beyoncé e Kendrick Lamar se consolidaram como os grandes vencedores, provando, mais uma vez, que a cultura negra não só molda a indústria musical, mas também a redefine constantemente.

Depois de anos de indicações frustradas, Beyoncé finalmente levou para casa o Grammy de Álbum do Ano com Cowboy Carter, seu primeiro projeto country. Essa não foi apenas uma vitória pessoal, foi um momento histórico. O country, um gênero marcado por décadas de predominância branca, foi revolucionado por uma mulher negra que ousou quebrar barreiras e se inserir em um espaço que, por muito tempo, não parecia acessível.

Ao receber o prêmio, Beyoncé fez um discurso emocionante “essa vitória não é só minha. Ela pertence a todos que já foram colocados em caixas, a todos que ouviram que não pertenciam a certos espaços. A música é para todos.”

O que torna essa vitória ainda mais simbólica é o fato de que o Grammy deste ano contou com o quadro de votantes mais diverso da história da premiação. Isso mostra que as mudanças estão acontecendo, ainda que lentamente.

E, claro, o momento em que Taylor Swift entregou a Beyoncé o Grammy de Melhor Álbum Country foi um dos mais comentados da noite. Para muitos, foi um acerto de contas com o passado, já que em uma edição anterior Beyoncé foi preterida na categoria principal justamente por Taylor. Mas, desta vez, a história foi diferente.

Enquanto Beyoncé abriu caminho no country, Kendrick Lamar dominou o rap e se tornou o maior vencedor da noite, levando sete prêmios, incluindo Melhor Gravação do Ano e Canção do Ano com Not Like Us.

Essa vitória não é apenas sobre números, é sobre o peso do rap na cultura e na luta da comunidade negra. O gênero, que nasceu como uma voz para os marginalizados, segue sendo um dos principais veículos de resistência. E Kendrick, com suas letras afiadas e sua presença marcante, prova que a arte também é política.

Ao receber um dos prêmios das mãos da icônica Diana Ross, Kendrick declarou, “Rap é a forma de arte mais poderosa que existe. Nós somos a cultura, e estaremos aqui para sempre.”

O impacto de Not Like Us foi tão grande que venceu todas as categorias em que foi indicada, superando nomes como Beyoncé, Taylor Swift e Bruno Mars. A faixa, que surgiu de uma rivalidade com Drake, se tornou um hino, reafirmando a força do rap como uma das expressões mais autênticas da música.

O Grammy 2025 também celebrou novos talentos, e Doechii foi um dos destaques ao vencer Melhor Álbum de Rap. Seu discurso foi um dos mais emocionantes da noite, “Tem muitas meninas negras me assistindo agora, e eu quero dizer que vocês conseguem. Não deixem que projetem estereótipos sobre vocês. O mundo precisa da nossa voz.”

Ver uma mulher negra brilhando em um gênero onde, por muito tempo, as mulheres foram colocadas de lado é um sinal de que estamos avançando. A nova geração está chegando com força, ocupando espaços e trazendo narrativas que antes eram silenciadas.

Mais do que estatuetas, o Grammy 2025 foi sobre reconhecimento, representatividade e mudança. Beyoncé, Kendrick Lamar, Doechii e tantos outros artistas negros não apenas brilharam,  eles reafirmaram que a música negra é a espinha dorsal da indústria e que não há mais como ignorar seu impacto.

Cada vitória dessa noite foi um recado claro, a cultura negra não está apenas presente na música, ela é a essência dela.

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