Carnaval 2025 terá escolas de samba celebrando a cultura africana
O Carnaval 2025 promete uma festa marcada pela ancestralidade, espiritualidade e resistência. No Rio de Janeiro e em São Paulo, diversas escolas de samba levarão para a avenida enredos que exaltam a cultura africana e as religiões de matriz afro-brasileira, reforçando a importância dessas raízes na construção do Brasil.
Para o historiador André “Bode” Marcos, isso não é novidade, mas sim uma tradição dentro do Carnaval “O samba nasceu da cultura dos negros africanos que foram trazidos à força para o Brasil. Falar sobre essas raízes é essencial para entender o Carnaval como ele é hoje.”
E a homenagem não será pequena, três escolas paulistas e cinco cariocas vão mergulhar de cabeça nessas histórias, enquanto outras trarão elementos africanos em suas apresentações.
Em São Paulo
Barroca Zona Sul – “Os nove oruns de Iansã”
Mocidade Alegre – “Quem não pode com mandinga não carrega patuá”
Gaviões da Fiel – “Irin Ajó Emi Ojisé”
No Rio de Janeiro
Unidos de Padre Miguel – “Egbé Iya Nassô”
Imperatriz Leopoldinense – “ÓMI TÚTU AO OLÚFON — Água fresca para o senhor de Ifón”
Viradouro (atual campeã) – “Malunguinho: o Mensageiro de Três Mundos”
Mangueira – “À Flor da Terra – No Rio da Negritude Entre Dores e Paixões”
Unidos da Tijuca – “Logun-Edé: Santo Menino que Velho Respeita”
Além disso, Paraíso do Tuiuti e Beija-Flor também trarão fortes referências à cultura africana, mesmo sem um enredo totalmente dedicado ao tema.
O Carnaval sempre foi um espaço de expressão cultural e resistência, e esses enredos reforçam a importância de contar e valorizar a história do povo negro no Brasil. A ancestralidade africana está presente na música, na dança, na fé e até no jeito brasileiro de celebrar.
A relação com o presente é tão forte que o tema da redação do último Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) foi justamente “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil”. Para a professora Candice Almeida, isso mostra o quanto esse debate precisa estar vivo na sociedade.
“Falar sobre a cultura africana não é apenas lembrar do passado, mas reconhecer sua influência no Brasil de hoje e no que queremos para o futuro.”
Seja nos livros ou na avenida, a mensagem é clara, a cultura africana não pode ser esquecida. E no Carnaval, ela será celebrada com toda a força que merece.