Líderes africanos pedem diálogo para frear a violência na República Democrática do Congo
O leste da República Democrática do Congo (RDC) vive um dos momentos mais tensos dos últimos anos. Os rebeldes do M23 tomaram a cidade de Goma, a maior da região, e continuam avançando para o sul, apesar de terem anunciado um cessar-fogo. A crise já forçou milhares de pessoas a deixarem suas casas e trouxe relatos alarmantes de abusos contra a população civil.
Diante dessa escalada da violência, líderes africanos se reuniram em uma cúpula inédita, na tentativa de encontrar um caminho para a paz. Eles pediram que todas as partes envolvidas, incluindo o próprio grupo rebelde, participassem do diálogo. Mas o governo congolês mantém resistência a essa ideia, especialmente por acreditar que o Ruanda está apoiando os rebeldes. O presidente ruandês, Paul Kagame, nega qualquer envolvimento, mas as tensões entre os dois países estão cada vez mais acirradas.
Além da luta por território, há outro fator que torna essa guerra ainda mais complexa, o controle sobre as minas de coltan, ouro e estanho, riquezas valiosas que despertam interesses econômicos dentro e fora do continente. Enquanto os grupos armados disputam essas terras, a população paga um preço alto.
Em meio ao caos, hospitais lotados tentam atender os feridos, enquanto equipes humanitárias correm contra o tempo para enterrar as vítimas antes que surjam surtos de doenças. O Tribunal Penal Internacional (TPI) acompanha de perto os relatos de estupros e escravidão sexual, crimes que tornam a crise ainda mais brutal.
A cúpula resultou em alguns passos importantes, como a fusão dos processos de paz já existentes e um pedido para que os líderes militares regionais elaborem um plano de cessar-fogo. Mas o caminho para a paz ainda parece longo. Enquanto isso, milhões de pessoas continuam vivendo no medo e na incerteza, esperando que o mundo não vire as costas para sua dor.