Larissa Fulana de tal, coloca a cara no sol para brilhar
Saiu na Raça 227
Por: Isadora
Foto: Jitolonan | 2021
Fundadora e diretora de criação da produtora Olhos Abertos, a soteropolitana Larissa Fulana de Tal está em pleno movimento, trabalhando em produções audiovisuais e promovendo oficinas de montagens e edição de vídeos.
Larissa contou à revista como tem desenvolvido seus processos e mostra que sua trajetória é marcada pela coragem de seus ancestrais e pelas experiências em que mergulhou para dar largos passos na carreira.
“Criada e formada por mainha, tias, vô, vó, primas e primos, sou a irmã mais velha de Elana, Helen, Mariana e Netinho. Nascida e criada em Salvador/BA, entre os bairros da Caixa D’água e Baixa de Quintas. Formada no Curso Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, localizada em Cachoeira/BA e pelo Akofena: Núcleo de Estudantes Negros e Negras, Coletivo de Cinema Negro Tela Preta, Cineclube Mário Gusmão, Projetos de Extensão “Quadro à Quadro”, APAN, Associação de Profissionais do Audiovisual Negro e, por fim, a cidade de Cachoeira/BA me formou para seguir caminhando de pé”, conta a diretora.
Aos 31 anos, com trabalhos de destaque no cenário audiovisual brasileiro, Larissa já atuou como diretora do documentário Lápis de Cor (2014), projeto contemplado pela I Chamada de Curtas Universitários do Canal Futura, diretora do curta-metragem Cinzas, inspirado no conto de Davi Nunes, contemplado no Edital Curta Afirmativo (2012), também fez a direção geral da série documental Diz aí! Afro e indígena do Canal Futura (2018), Diretora de Criação e Montadora Audiovisual da Escola de Formação Política Beatriz Nascimento do ODARA: Instituto Mulher Negra (2020-2021), consultora de Criação no Laboratório Universitário do NordesteLab (2020 e 2021), além de realizar diversos trabalhos como convidada para outras produções documentais e exposições.
Em 2020, fundou a produtora Olhos Abertos que atua nas áreas de Cinema e Audiovisual criando, dirigindo, realizando e montando projetos que focam na contratação de profissionais negros. “O nascimento da produtora Olhos Abertos é o resultado de um percurso com todas as complexidades das atuações, processos, vivências e encerramentos de ciclo, a palavra que define a produtora é transformação”, além de iniciar a sua atuação na pandemia, contamos com todos os desafios e impactos postos pelo contexto.
A Olhos Abertos atua no Cinema e Audiovisual, nos campos de criação, direção, realização e montagem, com processo cuidadoso na contratação de profissionais negres (sic). Em 2020, a produtora foi convidada para a realização de uma reportagem documental para a Serie Minha Quebrada, refletindo os impactos da Pandemia na população negra em Salvador/BA para o Yahoo Notícias com o “Carrinho da Economia”.
De acordo com Larissa, a reportagem acompanha a história de um zelador, um motoboy e um vigilante e mostra o que os três podem ter em comum nesse período pandêmico. O ponto entre eles é a perda dos empregos formais.
“Atualmente, a empresa está responsável pela série de curtas documentais do projeto “Patrimônio Sagrado do Recôncavo” que foi pensado a partir da ideia de salvaguardar a memória de dez terreiros do Recôncavo baiano, que receberam o título de patrimônio imaterial do Estado da Bahia em 2014 pelo IPAC, destacando a particularidade de cada terreiro e nação e que revela a tradição passada por geração, sobretudo através da oralidade. O argumento da proposta pertence a jornalista Juliana Dias” finaliza Larissa Fulana de Tal.