Chacina em Salvador escancara problema antigo: as mortes nas ações policiais


Números alarmantes: 373 mortos, 261 em chacinas em ações policiais em ações policiais registradas na Bahia. As principais vítimas das mortes por arma de fogo são pessoas jovens e negras.  Uma pessoa negra é assassinada a cada 12 minutos

Na terça-feira de Carnaval (04/03), doze pessoas foram assassinadas no bairro Fazenda Coutos, na cidade de Salvador, que agrega um dos carnavais mais celebrados do país e que neste ano reuniu mais de 11 milhões de pessoas, entre moradores da cidade e turistas, em mais de dez dias de folia, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia.

Se por um lado foram registradas informações que atestam a melhora na segurança no Carnaval, por outro,  doze pessoas morreram em uma operação da Polícia Militar no bairro de Fazenda Coutos, na periferia de Salvador. Segundo nota da corporação, a ação aconteceu em situação de confronto com suspeitos de integrar facções criminosas e ficou com a captura de armas e munições em qualidade superlativa. Nenhum policial veio a óbito. A perícia está em curso. 

Independente da conclusão da perícia, o caso de Fazenda Coutos escancara um problema antigo: as mortes em ações policiais. 

O Instituto Fogo Cruzado  registrou a 100ª chacina em Salvador e na Região Metropolitana desde o início de suas atividades na Bahia, em julho de 2022. O número alarmante foi atingido exatamente com a chacina em Fazenda Coutos. Das 100 chacinas registradas, 67 ocorreram em ações policiais, resultando em 261 mortos. Outro motivo de chacinas que se destaca são disputas entre grupos armados.

Negros são as principais vítimas

Segundo o Atlas da Violência de 2024, 76% das vítimas de homicídios eram pessoas negras, o que contabiliza uma pessoa negra assassinada a cada 12 minutos, o que evidencia o racismo em todas as dimensões da violência, inclusive a institucional. 

Crédito da foto: Divulgação SSPB.

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Jornalista com experiência em gestão, relações públicas e promoção da equidade de gênero e raça. Trabalhou na imprensa, governo, sociedade civil, iniciativa privada e organismos internacionais. Está a frente do canal "Negra Percepção" no YouTube e é autora do livro 'Negra percepção: sobre mim e nós na pandemia'.

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