Ambev é notificada por explorar trabalho análogo à escravidão na maior cidade negra do país
Jornadas exaustivas de trabalho e condições precárias de higiene foram verificadas durante o Carnaval. Tanto a Ambev quanto a Prefeitura de Salvador foram notificadas pela Justiça Federal.
A cidade mais negra do país, que também tem um dos carnavais mais celebrados, é, mais uma vez, palco de práticas análogas à escravidão. Nesta semana, a Justiça Federal notificou a Ambev e a Prefeitura de Salvador após colher depoimentos de mais de 300 trabalhadores ambulantes que atuaram durante os mais de 10 dias de folia.
Segundo informações divulgadas pelo site Repórter Brasil, a Justiça entendeu que tanto a Ambev quanto a Prefeitura de Salvador são responsáveis pelos trabalhadores, devendo, inclusive, pagar salário e garantir direitos, uma vez que esses trabalhadores estavam em situação de subordinação às duas organizações.
Infelizmente, esse tipo de situação é recorrente. Em 2021, conforme divulgou o jornal El País, Ambev e Heineken foram autuadas por trabalho análogo à escravidão envolvendo imigrantes venezuelanos. Curiosamente, a empresa desenvolve políticas afirmativas.
O trabalho análogo à escravidão é uma triste realidade que, no Brasil, vitimiza especialmente os mais vulneráveis e negros. Para se ter uma ideia do desafio, em 2023, o país bateu recorde no resgate de trabalhadores. Quase mil pessoas (918) foram resgatadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em condições análogas à escravidão.
Crédito da foto: Lucas Moura/ Secom PMS.
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