Revista Raça Brasil

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Domitila Barros fala sobre colorismo e reafirma sua identidade negra

Modelo e ativista pernambucana respondeu as crítica e defende o direito de definir sua própria identidade

Na edição 248 da Revista Raça, a modelo, ativista e ex-BBB Domitila Barros falou com exclusividade sobre as críticas que recebeu nas redes sociais ao participar do Big Brother Brasil. Em um relato firme e necessário, ela abordou o colorismo e o direito de cada pessoa negra afirmar sua própria identidade — um tema que ainda gera polêmicas e desinformação, mesmo dentro da comunidade negra.

Nascida em Recife, Domitila construiu uma trajetória marcada pela luta social e pela representatividade. Em 2022, foi eleita Miss Alemanha, tornando-se a primeira mulher negra latino-americana a conquistar o título. Sua presença no BBB, no entanto, provocou uma onda de críticas infundadas. Nas redes sociais, muitas pessoas questionaram se ela seria “negra o suficiente” para representar o movimento negro.

Com firmeza, Domitila rebateu:
“A única pessoa que pode definir quem eu sou sou eu mesma.”

A ativista também apontou a contradição nas críticas recebidas.  “Se achavam que eu não era negra, por que todos os ataques eram direcionados a mim? Por que era difícil aceitar minha presença ali?”

Para ela, o debate sobre colorismo é relevante e urgente, mas não pode ser usado para invalidar vivências individuais. “Ninguém além de mim tem o direito de falar sobre minha identidade. A questão do colorismo é importante em todo o mundo, e desde o início eu assumi meu papel. É uma falta de respeito que alguém tente definir minha identidade por mim”.

O depoimento de Domitila reacende a necessidade de discutir, com profundidade e responsabilidade, as diferentes expressões da negritude no Brasil. Ao ocupar espaços de destaque — seja nos concursos internacionais ou na televisão aberta —, ela representa uma parcela significativa da população brasileira que também enfrenta o racismo. 

“[…] O colorismo ou a pigmentocracia é a discriminação pela cor da pele e é muito comum em países que sofreram a colonização europeia e em países pós-escravocratas. De uma maneira simplificada, o termo quer dizer que, quanto mais pigmentada uma pessoa, mais exclusão e discriminação essa pessoa irá sofrer”. (Aline Djokic/ Portal Geledes). 

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