Revista Raça Brasil

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Escritoras negras celebram eleição de Miriam Leitão para ABL

Por Rachel Quintiliano

Eleição marca avanço feminino em uma instituição historicamente dominada por homens brancos; presença negra segue escassa na Academia fundada por Machado de Assis.

      A jornalista e escritora Miriam Leitão foi eleita, nesta semana, para ocupar a cadeira número 7 da Academia Brasileira de Letras (ABL). Ela é a 12a mulher na instituição. Em seu perfil nas redes sociais, a escritora Conceição Evaristo afirmou que a eleição de Leitão “é a coroação de seu compromisso com a democracia. É também a afirmação de um momento histórico em que a presença de mulheres, aos poucos, se faz sentir na Academia Brasileira de Letras”.


      A Academia Brasileira de Letras é um espaço marcado por histórica baixa representatividade de gênero e raça. Embora a ABL tenha sido fundada por um homem negro — o escritor Machado de Assis, a instituição manteve, ao longo de mais de um século, um perfil majoritariamente masculino e branco.


      Um dos episódios mais emblemáticos da realidade foi a tentativa da própria Conceição Evaristo de ingressar na ABL em 2018. Apesar de ser amplamente reconhecida por sua produção literária e por sua importância na defesa das vozes negras e femininas na literatura, Conceição Evaristo não foi eleita, reforçando as críticas sobre os desafios para mulheres negras ocuparem espaços de prestígio nas instituições culturais brasileiras.


       Com a nova imortal, as  30% das cadeiras da Academia passam a ser ocupadas por mulheres, e o número de representantes negros permanece muito baixo, evidenciando a necessidade contínua de debates e ações voltadas à democratização e diversidade no campo literário brasileiro.


Estiveram presentes no evento de celebração da eleição de Miriam, escritoras e jornalistas como Bianca Santana, Eliana Alves Cruz e Flávia Oliveira.

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