Revista Raça Brasil

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Allano, do Operário-PR, denuncia injúria racial – jogador boliviano é preso

Caso ocorreu durante partida da Série B; protocolo antirracismo foi acionado, e polícia confirmou denúncia com testemunhas. América-MG nega acusações.

Por Bruno Deusdará

O jogador boliviano Miguel Angel Terceros Acuna, conhecido como Miguelito, do América-MG, foi preso em flagrante no domingo (4) após ser acusado de proferir injúria racial contra o brasileiro Allano, do Operário-PR. O caso ocorreu durante partida da Série B do Campeonato Brasileiro, em Ponta Grossa (PR), e agora compõe uma lista expressiva de casos de racismo no futebol em 2025 – sendo um deles, recentemente, também no Paraná, em partida pelo campeonato paranaense sub-20.

 

O que aconteceu?

Aos 30 minutos do primeiro tempo, após uma falta cometida por Miguelito, o atleta teria proferido a expressão “preto do ca**lho” a Allano. O árbitro Alisson Sidnei Furtado interrompeu a partida e acionou o protocolo antirracismo da CBF, cruzando os braços em forma de X – procedimento adotado desde 2023 seguindo as diretrizes da FIFA.

A denúncia foi confirmada por Allano e pelo capitão do Operário-PR, Jacy, testemunhas do episódio. Apesar da negativa do acusado, a Polícia Civil considerou os depoimentos suficientes para a prisão em flagrante. Miguelito foi liberado na segunda-feira (5) e responderá ao processo em liberdade.

 

Vítima se manifesta: “Não vou me calar”

 

Em nota, Allano destacou a dor e a revolta diante do racismo no esporte:

“Infelizmente, mais uma vez, o racismo mostrou sua face cruel dentro de um espaço que deveria ser de celebração e respeito. Ser ofendido pela cor da minha pele é inaceitável. Não me calo por mim e por todos que enfrentam essa violência. O futebol e a sociedade precisam dizer BASTA.”

O Operário-PR repudiou publicamente o ato e afirmou que busca imagens adicionais para reforçar as provas, além de adotar “todas as medidas cabíveis”.

 

América-MG nega e CBF cumpre protocolo

Enquanto a CBF limitou-se a afirmar que o protocolo foi seguido, o América-MG classificou as acusações como “infundadas” em nota. A defesa de Miguelito acompanha o posicionamento do clube.

 

Apesar dos avanços na discussão sobre racismo no futebol, e das recentes medidas criadas para lidar com as situações, os casos continuam. Embora os protocolos sejam adotados para esses cenários, ainda não há medida que combata o racismo no futebol por meio da educação de jogadores desde a base. 

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