Escolha inédita rompe com tradição europeia, leva ao cargo mais alto do Vaticano um cardeal de um país de maioria protestante e que pode levar a ampliação de debates sobre diversidade no Vaticano
O cardeal norte-americano Robert Francis Prevost, novo papa Leão XI, foi escolhido pelo Colégio de Cardeais durante o conclave mais diverso da era moderna, encerrado nesta quinta-feira (8). A eleição marca um ponto de virada na geopolítica do Vaticano e aponta para uma tentativa clara da Igreja de se aproximar de novos públicos e realidades.
Além de ser o primeiro pontífice nascido em solo norte-americano, o novo Papa também vem de um país de maioria protestante — outro marco inédito para a Igreja, que tradicionalmente priorizou cardeais europeus. A decisão reforça uma abertura simbólica à pluralidade e ao papel crescente das Américas na estrutura católica global.
Como destacou a Revista Raça em sua cobertura anterior, o conclave deste ano foi composto por um número recorde de cardeais não europeus, incluindo africanos, asiáticos e latino-americanos. A presença de líderes religiosos negros, indígenas e de diferentes continentes reforçou os apelos por uma Igreja mais representativa e atenta às desigualdades sociais e culturais. A expectativa de que o novo Papa também represente essas pautas ganha força, especialmente diante das pressões por justiça racial, combate à pobreza e acolhimento de populações historicamente marginalizadas.
Ainda que os detalhes sobre o perfil do novo Papa norte-americano ainda estejam sendo divulgados, o gesto do Vaticano, pode levar a resposta aos desafios contemporâneos da fé católica — como a queda no número de fiéis na Europa, os escândalos de abuso, e o crescimento de igrejas evangélicas ao redor do mundo.
Conclave reúne diversidade e aumenta expectativa por papa negro