Em reunião remota realizada nesta sexta-feira, o Conselho da Fifa aprovou por unanimidade a revisão do Código Disciplinar, que inclui penalidades mais severas para casos de discriminação e racismo no futebol. Entre as principais mudanças está o aumento do valor máximo de multas para 5 milhões de francos suíços (R$ 34 milhões) em incidentes racistas.
Principais alterações do novo regulamento:
- Aumento de multas: O limite para sanções financeiras em casos de racismo foi elevado significativamente.
- Suspensão de partidas: Clubes podem perder jogos por WO se ocorrerem manifestações racistas que interrompam a partida.
- Identificação de agressores: Jogadores e comissões técnicas poderão colaborar para apontar responsáveis por ofensas, facilitando sua remoção dos estádios.
- Alinhamento das associações: As federações nacionais deverão adaptar seus códigos disciplinares às novas diretrizes da Fifa.
- Recurso a tribunais: A entidade terá direito de recorrer ao Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) se considerar as punições aplicadas pelas associações insuficientes.
Casos recentes no Brasil reforçam urgência das novas medidas
O futebol brasileiro registrou vários episódios de racismo em 2024, destacando a necessidade de punições mais rigorosas. No Campeonato Paranaense Sub-20, uma partida entre Paraná e Londrina foi interrompida após insultos racistas. No Operário-PR x América-MG, o jogador Allano foi alvo de ofensas racistas, gerando investigação da Justiça Desportiva. Já na Libertadores Sub-20, Luighi, do Palmeiras, denunciou ataques racistas durante o jogo contra o Liverpool-URU. Esses casos exemplificam os desafios que o novo Código Disciplinar da Fifa busca enfrentar.
Gianni Infantino, presidente da Fifa, afirmou que as mudanças reforçam o combate ao racismo no esporte. “Temos agora um marco regulatório mais forte, permitindo ações decisivas em todo o mundo”, declarou. O novo código entrará em vigor ainda no verão.
