Revista Raça Brasil

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Divulgação Assessoria MUHCAB / Fotografia presente no vídeo de divulgação da exposição / Créditos: Rafael Daguerre

Exposição transforma imagens da luta antirracista em memória viva da população negra

Com obras de fotógrafos negros e periféricos, mostra “Nossas Vidas Importam” do MUHCAB revela a rua como palco de resistência, afeto e denúncia

O Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (MUHCAB), na Gamboa (RJ), recebe a partir de 23 de maio a exposição Nossas Vidas Importam, um potente registro visual dos movimentos antirracistas que têm marcado o cenário urbano do Rio de Janeiro. A mostra inédita segue em cartaz até 22 de junho, com entrada gratuita e programação acessível ao público.

Com mais de 30 obras expostas em diferentes formatos — como impressões e lambe-lambes — a exposição reafirma a fotografia documental como ferramenta de memória, denúncia e expressão política. A curadoria é assinada por Hiago de Farias (curador geral), com apoio de Jéssica Rodrigues e Vinícius Ribeiro, e reúne olhares de fotógrafos negros e periféricos integrantes do Coletivo Amendoeira, grupo carioca dedicado à comunicação popular.

A proposta da mostra é múltipla: além de enaltecer a luta por justiça racial, propõe uma releitura crítica da história visual brasileira, trazendo à tona corpos e narrativas historicamente invisibilizadas. “É uma exposição que busca reduzir a distância entre quem fotografa e quem é fotografado, criando uma narrativa que fala de dentro da experiência negra urbana”, destaca Hiago de Farias.

Inspirada na metáfora da encruzilhada — lugar de encontros, disputas e transformações —, a exposição foca nos fluxos da vida negra nas ruas, capturando não só a intensidade das manifestações, mas também os silêncios, os afetos e o cotidiano. Estão entre os artistas participantes: Alice Machado, Rodrigo Matos, Lucas Novello, Camila Vieira, Kaolin Maxakali, Natália Perdomo, Rafael Daguerre, Ratão Diniz, Vinícius Ribeiro e o próprio Hiago de Farias.

Além das obras visuais, Nossas Vidas Importam promove rodas de conversa, oficinas e apresentações artísticas. A abertura oficial ocorre em 23 de maio, das 18h às 22h, com discotecagem de DJ Nat Bombom e pocket show da cantora trans negra Azula. Em 6 de junho, o fotógrafo Rodrigo Matos conduz uma oficina de fotografia com celular voltada ao público infanto-juvenil. O encerramento, no dia 22 de junho, contará com a roda “Fotografia Antirracista” com Ratão Diniz, Thais Alvarenga e mediação de Hiago, além de show do músico Magno Myller.

A exposição marca um passo importante para democratizar o acesso à arte, aproximar os museus da periferia e resgatar a potência da imagem como ferramenta de representação e resistência negra.

 

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