Pela primeira vez, a Justiça da Espanha condenou torcedores que cometeram um ato de racismo explícito contra Vinicius Jr., jogador brasileiro do Real Madrid. A decisão marca um passo importante na luta contra o ódio racial nos estádios.
O crime aconteceu em janeiro de 2023. Às vésperas de um clássico entre Real Madrid e Atlético de Madrid, quatro homens penduraram um boneco inflável negro com a camisa de Vinicius em uma ponte próxima ao centro de treinamento do clube. Ao lado, estenderam uma faixa ofensiva. O ato chocou o país — e o mundo — por sua violência simbólica.
Mais de um ano depois, os quatro acusados foram julgados culpados por crime de ódio e ameaças. Um deles foi condenado a 1 ano e 10 meses de prisão; os outros três, a 1 ano e 2 meses. Eles também não poderão se aproximar de Vinicius Jr. por quatro anos, estão proibidos de frequentar estádios e devem passar por um curso de reeducação sobre igualdade racial.
A sentença é simbólica. É a primeira vez que a Justiça espanhola responsabiliza criminalmente torcedores por um ataque racista contra um jogador. Em nota, o Real Madrid afirmou que continuará “trabalhando ativamente contra o racismo, a xenofobia e qualquer tipo de intolerância no esporte.”
Vinicius Jr., que desde o início tem denunciado os ataques que sofre em campo e fora dele, não comentou diretamente a decisão. Mas, para muitos, essa condenação representa algo maior: um sinal de que a impunidade não será mais regra.
A luta por respeito e dignidade continua — mas hoje, ela deu um passo à frente.
