Revista Raça Brasil

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Mulher negra e câncer, uma realidade que não pode ser escondida

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Mauricio Pestana

CEO do Grupo Raça Comunicações. Jornalista, publicitário, cartunista e escritor, referência no país e no exterior no que diz respeito à produção de materiais didáticos nas áreas de diversidade, cidadania e direitos humanos. Foi secretário de Promoção da Igualdade Racial da Cidade de São Paulo e, atualmente, é diretor executivo da Revista Raça.

Aquilo que você só vê falar e acha que ocorre sempre com o outro ou em outra família, de repente chega até você ou um familiar seu. O fato de um ente querido e próximo ter sido acometido por um dos tipos de câncer muito frequente em mulheres negras me fez pesquisar sobre o assunto porque a maioria dos casos que acabo sabendo acontece com mulheres negras, simples elas estão mais expostas a essa enfermidade muitas vezes por conta da negligência dos serviços públicos, ou seja, o racismo institucional agindo a luz do dia.

A disparidade racial no diagnóstico e tratamento do câncer de mama e colo de útero é um problema grave e alarmante. De acordo com a análise publicada na revista Breast Cancer Research and Treatment, as mulheres negras são diagnosticadas em estágios mais avançados da doença e enfrentam uma taxa de mortalidade significativamente maior do que as mulheres brancas. Isso é um reflexo da falta de acesso a cuidados de saúde de qualidade e da presença de barreiras sistêmicas que afetam a saúde das mulheres negras.

A taxa de incidência de câncer de colo de útero entre mulheres negras é quase 50% maior do que entre mulheres brancas, o que é um indicador claro da necessidade de ações específicas para abordar essas disparidades.

Além disso, o fato de que aproximadamente 60% das pacientes negras com câncer de colo de útero recebem o diagnóstico em estágios localmente avançados é um sinal de que o sistema de saúde não está funcionando de forma eficaz para essa população.

É fundamental que os profissionais de saúde e os formuladores de políticas públicas reconheçam essas disparidades e trabalhem para abordá-las. Isso pode incluir a implementação de programas de rastreamento e prevenção direcionados às comunidades negras, bem como a melhoria do acesso a cuidados de saúde de qualidade. Além disso, é importante que os profissionais de saúde sejam treinados para reconhecer e abordar as necessidades específicas das pacientes negras.

A falta de ação para abordar essas disparidades é uma forma de injustiça social e racial. As mulheres em geral têm que ser avaliadas constantemente, mas as negras merecem ter acesso a cuidados de saúde de qualidade e a oportunidades iguais de tratamento e cura. A questão racial no diagnóstico e tratamento do câncer de mama e colo de útero é um problema grave que requer ação imediata.

É fundamental que os profissionais de saúde e a rede pública trabalhem juntos para abordar essas disparidades e garantir que as mulheres negras tenham acesso a cuidados de saúde de qualidade e oportunidades iguais de tratamento e cura como qualquer outra parcela da sociedade, incluindo as mulheres brancas. A diferença mostra mais um aspecto do racismo institucionalizado entre nós, comprovado em pesquisa e publicado em pesquisa e publicado na revista científica Breast Cancer Research and Treatment.

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