Uma estudante de 11 anos sofreu racismo de colegas no Centro de Ensino Fundamental I, em Riacho Fundo II, na última quarta-feira (2/07). Três alunas, entre 12 e 14 anos, agrediram verbalmente a vítima com ofensas ao seu cabelo e cor de pele, provocando um ataque de pânico que exigiu atendimento do SAMU. A Polícia Civil do DF investiga o caso como injúria racial.
A Secretaria de Educação afirmou ter realizado reunião com a família e acompanhado o registro do boletim de ocorrência. Os agressores foram transferidos de escola, medida prevista no regimento escolar. Apesar da ação imediata, especialistas questionam a eficácia da punição sem um trabalho educativo mais profundo.
O caso expõe a fragilidade das políticas antirracistas nas escolas. Embora a Lei 10.639/2003 determine o ensino da cultura afro-brasileira, sua implementação ainda é irregular. “Transferir alunos não resolve o problema. É preciso enfrentar o racismo com educação continuada”, critica Maria Fernandes, pedagoga especialista em relações raciais.
A vítima recebe apoio psicossocial, mas o trauma da exposição ao racismo na infância pode deixar marcas permanentes. Enquanto isso, a transferência dos agressores levanta dúvidas: a medida apenas remove o problema temporariamente, sem combatê-lo em sua essência.
A Secretaria garante acompanhar o caso e promover ações de cultura de paz, mas a comunidade escolar cobra medidas mais efetivas. O episódio ocorre em um contexto nacional de aumento de denúncias de racismo nas escolas, conforme dados do Disque 100.
Mais do que punir, é urgente educar. O caso no Riacho Fundo II reforça a necessidade de políticas antirracistas que vão além da transferência de alunos e ataquem as raízes do preconceito. Enquanto isso não acontecer, crianças seguirão sofrendo as consequências de um sistema que ainda não aprendeu a lidar com suas próprias desigualdades.