Em um momento de desabafo intenso nas redes sociais, Nicki Minaj fez duras críticas ao rapper Jay-Z e à diretora da Roc Nation, Desiree Perez. Mais do que ataques pessoais, suas declarações expõem feridas antigas e provocam reflexões sobre poder, representatividade e os bastidores da indústria do entretenimento.
Pelo X (antigo Twitter), a rapper escreveu:
“Vocês arruinaram o hip-hop. Arruinaram o futebol. Arruinaram o basquete. Arruinaram as turnês. O Instagram. O Twitter. A farsa acabou.”
Em seguida, acrescentou:
“Quando deixaram Desirat (em referência à CEO da Roc Nation) fazer tantas maldades com o povo preto… e ficaram em silêncio. A gente acreditava em você. Mas você decepcionou, mano.”
A artista também criticou diretamente a parceria de Jay-Z com a NFL, em especial no comando dos shows do intervalo do Super Bowl — função que ele assumiu em 2019 e que desde então trouxe nomes como Shakira, Jennifer Lopez, Eminem e Kendrick Lamar aos palcos.
Para alguns, as declarações de Nicki podem parecer exageradas ou até estratégicas para gerar buzz. Mas para outros, ela escancara algo maior: o cansaço com uma indústria que nem sempre dá espaço real, justo e diverso às vozes negras, especialmente às mulheres negras.
O tom de revolta da rapper não é novo em sua carreira. Ao longo dos anos, Nicki tem se posicionado fortemente sobre questões raciais, desigualdades de gênero e invisibilização de artistas pretos, especialmente quando o assunto é reconhecimento e acesso às grandes estruturas de poder.
É claro que existe muita especulação no ar, e a própria Nicki minimizou parte das falas dizendo que tudo era “para fins de entretenimento”. Mas, no fundo, o que se lê nas entrelinhas é uma cobrança — não apenas a Jay-Z, mas à lógica que domina o cenário musical: quem manda, quem aparece, quem lucra e quem é deixado de lado.
Neste cenário onde fama, influência e dinheiro se misturam de forma intensa, é legítimo que artistas cobrem coerência, representatividade e responsabilidade. E mesmo com toda a força e fama que tem, Nicki Minaj parece, no fim, estar dizendo: “Nós também queremos ser ouvidos — de verdade.”