Revista Raça Brasil

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Coletivo negro cobra justiça por jovem vitima de homofobia

O Brasil perdeu mais uma vida jovem para o ódio. Fernando Vilaça da Silva, apenas 17 anos, foi espancado até a morte em Manaus após sofrer ofensas homofóbicas. Era quarta-feira (3) quando ele saiu de casa para comprar leite. O que deveria ter sido um gesto banal virou tragédia: Fernando tentou conversar com rapazes que o insultavam na vizinhança, mas foi brutalmente agredido.

Socorrido ainda com vida, passou por cirurgia, mas não resistiu. Morreu no sábado (5), deixando familiares, amigos e toda a comunidade LGBTQIA+ em luto e indignação.

Entre as muitas vozes que se ergueram em solidariedade está o Fórum Nacional de Travestis e Transexuais Negros (Fonatrans). Mesmo sendo um coletivo voltado à luta pelos direitos de travestis e transexuais negros e negras, o Fonatrans lembrou que a dor de um é a dor de todos. Em nota, afirmou que o assassinato de Fernando escancara a violência que ameaça pessoas LGBTQIA+ no Brasil diariamente — onde, segundo o coletivo, um homossexual é assassinado a cada 28 horas, e 70% dos casos seguem impunes.

“O Brasil não pode mais tolerar o silêncio: o sistema de justiça deve ser eficaz — investigando, julgando e condenando rapidamente”, diz o texto.

Além de prestar apoio à família, o Fonatrans fez um apelo para que Fernando não seja apenas mais um nome em estatísticas frias. “Que a memória de Fernando inspire urgência na luta por justiça, segurança e respeito. Seguiremos firmes, exigindo que vidas queer sejam protegidas e valorizadas, e que crimes de ódio parem de ser tratados como ‘normalidade’.”

Enquanto o caso segue sendo investigado como homicídio qualificado, ainda sem prisões, o grito que ecoa é de luto — mas também de luta. Para que nenhum jovem precise sair de casa e não volte. Para que a juventude LGBTQIA+ possa existir sem medo, com dignidade, liberdade e amor.

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